... de reflexão e de análise dos momentos amargos que muitas pessoas proporcionaram a mim, principalmente nesse dia tão especial.
Hoje é dia...
... de ver que os amigos de épocas passadas se foram e, agora, permeiam outros campos, permitindo apenas uma visualização longínqua de suas novas vidas e de seus novos amigos.
Hoje é dia...
... de rever todas as escolhas e aceitar os dois anos mais errados dessa minha vida até aqui. Os arrependimentos chegam e o perdão não. E esse é o mais difícil de praticar - por enquanto, ele não existe no meu dicionário. Talvez eu nunca perdoe certas pessoas e muitas atitudes, por mais justificadas que elas sejam. Há laços que nunca mais poderão ser refeitos e sorrisos que nunca mais poderão ser dados da mesma forma.
Hoje é dia...
... de relembrar as grandes decepções acerca das pessoas mais imaculadas.
Hoje é dia...
... de ver o grande abismo de solidão.
Se fosse-me permitida uma realização de desejo, assopraria as velinhas débeis e pediria uma borracha. Não hesitaria em esquecer tudo, mesmo que custasse-me uma ou três pessoas que tenho apreço [não mais do que isso].
E, desses agora 27, pouca coisa quero guardar.
E feliz aniversário... Para, quem sabe, os próximos anos.
Não, eu não cometi um assassinato, não estou sendo procurada pelo FBI, CIA, equipe do Criminal Minds, CSI, ou pelo Sherlock ou Patrick Jane. É apenas um 'Porra, não quero mais!" [Ursinho TED mode on].
Sim, eu cansei do Facebook e toda a invasão que ele proporciona.
Antes de entrar no âmbito pessoal, eis algumas indagações que você, caro (a) leitor (a), deveria fazer a si mesmo (a):
1. Quanto tempo você gasta diariamente no Facebook?
2. Quanto desse tempo você realmente empregou para fazer o que queria fazer antes de de logar no Facebook?
3. Quantas pessoas você realmente queria que fossem suas amigas no Facebook?
4. Quantas confusões você já arrumou por causa de uma atualização, um curtir ou um comentário no Facebook?
5. Quanto tempo já gastou procurando um plano infalível para se desfazer daquele 'amigo' que você não quer mais no Facebook?
6. Dos amigos que você tem no Facebook, quais são seus amigos de verdade na vida real?
7. Você fez um perfil no Facebook porque quis ou porque todo mundo tem?
8. Você tem medo de ser tachado de esquisito, possível psicopata e antissocial se um dia decidir não ter mais Facebook?
9. O Facebook deixa você com tempo livre para as outras atividades?
10. O Facebook tornou-se sua vida?
Você [como eu! Aposto!], invariavelmente, todos os dias, sente vontade de ver o que aconteceu com aquela pessoa que você gosta [e mantém no Facebook] e não gosta [e, por questões morais e pacíficas, também mantém]. A primeira é prazerosa, por vezes, muito engraçada e mantém uma linha saudável de comportamento em redes sociais. Já a segunda... É tão venenosa quanto pequenas doses de mercúrio.
Há também o tempo gasto, uma espécie de feitiço, no qual você pode ficar horas simplesmente olhando para a tela com aquelas cores azuis, esperando a próxima atualização, ou aquele inbox se abrir, magicamente, para uma conversa - Oba, alguém quer conversar comigo!
Contudo, não há só ganhos, existem perdas. Com o fim do meu perfil, lá se vai metade da comunicação que tenho com muitos leitores do blog e queridos parceiros, bem como a Fã Page do CQ&Sherlock. E, claro, o contato com alguns poucos bons amigos da vida real.
Mas, aos meus leitores e parceiros, sempre tem o próprio blog e o e-mail do CQ&Sherlock, bem como o quadro de recados e os próprios comentários. Aos amigos, bem, esses sabem meu endereço, meu MSN particular [futuro Skype] e meu número de celular [nada como receber SMS!].
É isso! Eu não quero me sentir como em 1984, não quero ser John Smith e, muito menos, parecer vigiada pelo Grande Irmão [deixa isso para o livro que estou lendo do meu querido George Orwell].
Não vou dizer que não voltarei um dia para o Fantástico Mundo Azul. Toda decisão pode ser revogada. Porém, por enquanto, é o melhor.
Documentário - Adeus, Facebook (Um pequeno filme sobre um suicídio digital)
Encontrei este pequeno documentário, de pouco mais de 11 minutos, sobre algumas questões 'existenciais' acerca do Facebook. O filme é alemão, mas possui legendas em inglês e é de fácil compreensão. O personagem vai analisando cada pessoa e cada convite [até mesmo dos pais]. E ele se pergunta: "O que realmente eu estou fazendo aqui?". Vale a pena conferir!
"Diz-lhe que eu quero voltar e, de novo, na tua foz, as mãos e alma lavar. Quero voltar branca flor. Que neste desterro maldito, estou morrendo de amor." (Lua Na Lubre - Desterro/2007. trad. e adap. T.S. Frank)
Quão triste é a não adaptação a um certo lugar e nele visualizamos apenas amargas lembranças.
Voltar é uma cruel realidade - as mesmas paredes frias e as luzes amarelas e doentes ao longe. O medo dos egos, estilos de vida, críticas, invasão e incompreensão. Os sonhos tornam-se fragmentos cortantes de um futuro incerto. Os amores são veias latejantes e incômodas e cada lágrima tem o nome de alguém ou atitude.
Exílio temido e aguardado, contado dia após dias, depois de um período turbulento que ainda arrasta-se. A morte ronda, grita e assusta, enfatiza a dor e a loucura. Uma grande prisão essa vida, dessa forma - lenta, dolorida, cabisbaixa, sem propósito.
Ao olhar as ruas feias, esgotadas, cansadas, com suas pessoas vulgares, contemplo o triste fim, as cinzas de uma desumanização que já se consagrou - o teatro demoníaco - o espetáculo de nuances de sangue.
Das pessoas que conheci nesse vale, poucas são bem-vindas ou estão incólumes, brancas e inodoras, como a água cristalina que brota de fontes não mais existentes. Delas, das muitas, há sujeira por demais, escárnio, erros, maldade, ignorância, arrogância, superficialidade - são gotas de uma grande poça de lama.
Desterro maldito! Tão pálido e degradante, cada hora, cada minuto, uma agonia interminável.
Dos muitos passos em falso, dos questionamentos e da própria culpa em entregar a vida e os desejos a um bando de iconoclastas forjados no vazio, o pior foi ter caído na armadilha da sensação frágil de conforto e segurança.
Saudades da terrinha, da terrinha que escolhi (futura ou não), dos cafés e sorrisos, mesmo em lugares simples, mas verdadeiros. Saudades dos que eu adotei, saudade do sol em tom vermelho, das casinhas e sua gente nas portas, do ar e da brisa quente. Saudade do lugar o qual pertenço.
Pode ser que de lá eu apenas carregue as lembranças, mas daqui quero esquecer tudo - não há um dia que eu não me puna por minhas escolhas, mesmo muitas sendo feitas por minha inocência e acolhidas pela leviandade daqueles que vislumbraram o poder de destruição.
Desterro, minha punição! Se não morrer de tristeza, suas cicatrizes perdurarão por muito tempo - esculpidas em rostos que bem sei.
"Uma postagem pouco provável no blog de alguém que acredita fervorosamente no Living Apart Together e que está mais para a turma do professor Higgins."
Um chá de cozinha pode ser um objeto de estudo dos mais interessantes. É a mais vívida demostração de como duas pessoas podem ser felizes (e muito!) com a construção de uma família tradicional e que o amor conjugal existe para aqueles que têm sorte (parte importante) e uma paixão ardente que ainda não morreu no frio congelante da Sibéria.
A estrutura desse evento é basicamente assim: um clube, muito álcool, muita comida, go-go boys strippers ou um casal de comediantes gays, muitos presentes (a bola da vez é a tal da petisqueira), amigas ávidas por aquelas brincadeiras picantes, amigas doidas pela comida e as amigas das amigas da noiva.
E nesse momento eu poderia dizer - ah, vá! Quanta bobageira! Para que tudo isso? É apenas um casamento, um troço falido. Porém essa é a minha visão. Se meu conceito de felicidade não passa perto de festanças de casamento e do convívio na mesma casa, o que impede os outros de conseguirem isso dessa forma? Da mesma maneira que quero que respeitem minha opinião quanto as formas de amor, de como (não) viver juntos e dos novos conceitos de família, eu devo respeitar a alegria de uma noiva tradicional, feliz com seu casamento, com sua nova vida, seus futuros filhos, seu lar e com as muitas panelas que ganhou.
Um chá de cozinha é uma boa oportunidade para refletir sobre as dificuldades das mulheres em manter a sanidade:
1. Se casa, poderá ser: a víbora (visão da sogra); a ingrata (visão da mãe e das amigas solteiras); a desleixada (visão da sogra, do marido e das inimigas); a Amélia (visão do marido e dos amigos do marido); a boboca (visão das amigas solteiras, do marido e dos amigos do marido), a pobrezinha (visão das amigas casadas), a sortuda (visão das amigas solteiras); a boa mulher (visão da sociedade).
2. Se não casa ou/e pensa diferente sobre casamento e família, poderá ser: a fracassada (visão dos homens e das inimigas); a mal amada (visão dos homens e das inimigas); a pobrezinha (visão das amigas solteiras); a sortuda (visão das amigas casadas); a encalhada (visão da família); a lésbica (visão dos homens chutados, família e amigos); a revolucionária (visão daquele tio maluco); a independente (visão da empresa de trabalho) e a esquisita (visão da sociedade).
Ou seja, não há liberdade de escolha pura e simples para as mulheres. Um desses conceitos sempre vai ser supervalorizado pela sociedade de tempos em tempos.
Casamento é bom para quem quer e acredita nele. E essa noiva, imersa no que ela mesmo disse: "tudo está dando certo para mim", é a demonstração disso. Da mesma forma, os que não querem ou não pensam em cerimônias podem ser muito felizes.
E lógico, no estágio em que estou hoje, é difícil acreditar nessa felicidade de propaganda de margarina. Tudo bem, a vida segue. E eu comi bem para caramba nesse convescote moderno.
E, no final das contas, liberdade para casar ou não casar é título de álbum de Renato Russo - Equilíbrio Distante.
***
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Engraçado, geralmente, começamos pelo começo - janeiro é um bom começo, dieta é na segunda e por aí vai. Só que, muitas vezes, isso é tão redondinho que parece mais promessa de político amarelo.
Recomeçar mesmo em novembro - mês de aniversário. Daqui a pouco vem os trinta e com eles muitas coisas que ficaram para trás - o que busco mesmo é a tranquilidade.
Mas nenhuma paz vem antes da guerra.
Ninguém me conhece, nem eu mesma. E costumo dizer que se alguém entrasse em minha mente, sairia dela, no mínimo, insano e furioso.
Daqui um mês retomar a faculdade de Física. Muitas coisas precisam mudar, muitas atitudes são necessárias e algumas coisas precisam ser ditas para a vida seguir em frente.
"De noite quero descansar..." Isso me lembra que agora estou escutando Legião Urbana. Não acho Renato Russo melhor letrista que Cazuza. Acho-o mais sentimental, mas romântico - um poeta parnasiano enquanto Cazuza é mais da classe de Augusto dos Anjos.
É dia quente - dia de esquecimento.
Dia do perdão, talvez. Depois da vingança.
Por hora, só.
Pintura - Nêmesis, de Alfred Rethel (1816-1859), pintor alemão do século XIX.
Dia quente e sem perspectiva. E pensei - se fosse permitido-me um desejo, um único que fosse, pediria um campo verde, frio e a presença de alguém que pudesse compreender apenas a minha forma de ser. Como é apenas um desejo, isso significa que, na atual conjectura, não há nada que prove que essa pessoa exista [talvez tenha morrido ou era bom demais para viver em um mundo tão catastrófico].
Não sei se tenho saudades da vida de antes, da vida de sempre. Todavia eu senti quando estava doente, pois não sabia se viveria para ver o sol cinza novamente [o velho medo da morte... O que há do outro lado? Não se sabe!].
Ultimamente tenho sentindo uma vontade imensa de dizer algumas verdades da maneira como devem ser ditas. Muita gente passou pela minha vida, disse o que queria e foi-se. E eu, como uma estúpida polida e medrosa, escutei tudo passivamente e pior - guardei.
Todos os dias é a mesma rotina - pesadelos, acordar, esmiuçar, entristecer-se, pensar, acumular e dormir.
A única coisa que ainda inspira-me é o Café Quente & Sherlock. Ele mostra que eu ainda estou viva, muito sozinha, mas ainda respirando. Pode ser o único detentor do meu amor [o amor do Camões] - a construção em palavras de alguém que sofre silenciosamente. E, quando manifesta-se, é motivo de piada, escárnio e descrédito por parte dos próximos.
Fugi, por algum tempo, da velha escrita - ela não tinha medo de ferir ninguém, do mesmo modo que 'eles' não têm medo de machucar-me. Mas do que adianta essa polidez? Essas palavras doces? Do agradar? O deixa para lá? Absolutamente nada! Faltam apenas dizer- Nasça de novo!
É mais um daqueles dias em que nada faz sentido, imagine a existência! Porém não em uma escala global. Afinal o que a falta de dinheiro prova é isso - a retirada da oportunidade de conhecer pessoas que podem mostrar que esse 'círculo regional' é o responsável por um mundo parecido com um campo de trabalhos forçados - onde só há dor, lamentação e desespero!
[não deve-se deixar a vida ter sentido somente por causa de alguém. Isso causa desgaste e uma enorme tristeza. Porém se ela parece não ter justamente por isso, então, por que não experimentar uma outra amostra?]
Um dia eu disse que queria apagar 99% das pessoas que conheci. Eu estendo esse número para uns 99,9%. Esse ano foi de erros e descobertas.
Uma das poucas descobertas boas foi saber que ajuda nos piores momentos não é algo exclusivo de livros ou de pessoas abençoadas pela roda da sorte da vida. De onde menos se espera, ela aparece. Já de onde se espera...
Não arrependo-me de nada dito e que permanece postado nesse blog - ao contrário! Gosto do meu nome - T.S. Frank. E tenho orgulho de toda a história construída até aqui. Este foi a minha voz quando ela falhou de fato, meu porta-voz, meu porto e, principalmente, minha janela para achar pessoa que sentem-se da mesma maneira como eu e estão fora da bolha multicolorida de vidas saídas de esfuziantes propagandas de margarinas.
E aos que não gostam, sentem-se incomodados com as verdades da vida alheia ou que acham que isso é muito complicado, tudo bem. Não há mais nada a dizer sem descer alguns degraus.
Hoje é o inferno, amanhã uma promessa - chuva, sordidez e dor de cabeça. Com muita sorte, apenas dormir sem pesadelos.
De fato, o que fazer para viver bem? Aceitar a solidão como uma companheira que pode trazer muitas experiências e aprendizados, quiçá até tranquilidade. Seja você, não importa o que digam. Mesmo que isso signifique, uma vez ou outra, a exposição de alguma frase no sentido "você é um (a) fracassado (a) na área pessoal.".
Caros (as) leitores (as), o texto contém revelações do enredo dos livros mencionados.
Eles são personagens distintos de épocas diferentes - Raskólnikov, extremamente pobre, belo, inteligente, à beira da insanidade, com surtos de febres, suor e pesadelos na Rússia dos czares; Patrick Bateman, extremamente rico, belo, inteligente, talvez esquizofrênico, protegido e entediado nos Estados Unidos dos tubarões de Wall Street. Em comum? Muito mais do que os anos que separam seus autores e livros - Dostoiévski com Crime & Castigo de 1866 e Bret Easton Ellis com Psicopata Americano de 1991.
Ambos são assassinos, discrepantes nas ideologias motrizes e métodos - Bateman torna-se uma serial killer por não suportar a existência de alguém que tenha mais do que ele [posteriormente, outras mortes acontecem não por esse fator]. Raskólnikov, por sua vez, mata apenas duas vezes [uma não estava nos planos] em nome de uma ideologia que prega a existência de pessoas extraordinárias que estão acima da lei, do bem e do mal.
Ambos consideram-se superiores. Só que Bateman é egoísta e convive melhor com os crimes até o desespero no final - onde não há mais como esconder. Raskonilkov é bondoso, mas vira refém dos próprios atos, não por receio dos castigos humanos ou divinos, e sim porque sua consciência ainda está lá, mostrando os limites que uma pessoa extraordinária deve respeitar.
Os medos e sentimentos [excluindo 'as vias de fato' em si] desses dois personagens é, sem hipocrisia e falso moralismo, a essência principal de uma ideologia mais branda e benigna de pessoas que olham a vida através da lente da existência superior, desprezando as mesquinharias, a ignorância e, drasticamente, tudo em volta.
Em maior ou meno grau, cada um de nós já sofreu, ou sofre, com as mesmas angústias dos personagens - uma parte de Raskólnikov que acredita que o mundo seria melhor sem os seres ordinários e o restante de Bateman que está são e salvo por causa de uma imaginação fértil.
Figura 1 - Christian Bale [Patrick Bateman] em O Psicopata Americano (American Psyco)//EUA/Canadá/2000. Figura 2 - John Simm [Raskonilkov] em Crime & Castigo (Crime and Punishment)/BBC/2002.
Dias de calor... E o sol anda mais baixo nessa parte do trópico. Então... Nada como ouvir aquele bom The Very Best Of do Elvis Costello...
Declan Patrick Aloysius MacManus nasceu em Londres, em 1954. Assim que foi contratado por uma gravadora, na década de 70 [antes foi preso por 'atitude suspeita' no local de uma reunião de executivos de uma gravadora. Ele tentava conseguir um contrato], virou Elvis Costello - Elvis por causa do Elvis Presley e Costello por parte da mãe.
A primeira vez que vi Costello, eu pensei - Hmmm, a cara do Buddy Holly! Foi no clipe (I Don't Wanna To Go To) Chelsea. Foi só o começo de uma paixão!
Elvis Costello tem um repertório amplo - ele poderia ser uma enciclopédia do pop - bem disse um crítico, segundo algumas fontes - vai do rock, pop, reggae a baladas românticas. E essa profundidade está muito bem representada em The Very Best Of Elvis Costello, ou, como eu chamo - o disco a la Andy Warhol.
Informações:
Nome: The Very Best Of Elvis Costello
Artista: Elvis Costello Lançamento: 2 de agosto de 1999 Gênero: New Wave Duração: 154:07 [álbum duplo] Gravadora: Polygram
Singles: 1977-1998
Faixas - Original
Disco Um
1. (What's So Funny 'Bout) Peace, Love, and Understanding (Nick Lowe) – 3:31
2. Oliver's Army – 2:57
3. Watching the Detectives – 3:43
4. Alison – 3:21
5. (I Don't Want to Go To) Chelsea – 3:07
6. Accidents Will Happen – 3:01
7. Pump It Up – 3:13
8. I Can't Stand Up for Falling Down (Homer Banks, Alan Jones) – 2:05
9. Radio Radio – 3:06
10. Clubland – 3:43
11. A Good Year for the Roses (Jerry Chesnut) – 3:35
12. Man Out of Time – 5:25
13. I Wanna Be Loved (Farnell Jenkins) – 4:46
14. Everyday I Write the Book – 3:52
15. Brilliant Mistake (Declan MacManus) – 3:41
16. The Other Side of Summer (MacManus) – 3:53
17. Tokyo Storm Warning (MacManus) – 6:23
18. Sulky Girl (MacManus) – 5:04
19. So Like Candy (MacManus, McCartney) – 4:35
20. Veronica (MacManus, McCartney) – 3:07
21. She (Charles Aznavour, Herbert Kretzmer) (from Soundtrack to Notting Hill) – 3:05
Disco Dois
22. Big Tears – 3:10
23. Beyond Belief – 2:33
24. Lipstick Vogue – 3:31
25. Green Shirt – 2:44
26. Pills and Soap – 3:43
27. Tramp the Dirt Down (MacManus) – 5:41
28. Shipbuilding – 4:51
29. High Fidelity – 2:28
30. New Lace Sleeves – 3:47
31. (The Angels Wanna Wear My) Red Shoes – 2:46
32. Talking in the Dark – 1:57
33. New Amsterdam – 2:13
34. I Hope You're Happy Now – 3:07
35. Riot Act – 3:34
36. My Funny Valentine (Lorenz Hart, Richard Rodgers) – 1:29
37. Indoor Fireworks – 4:09
38. Almost Blue – 2:49
39. I Want You – 6:43
40. God Give Me Strength (Burt Bacharach, Costello) – 6:10
41. That Day Is Done (MacManus, McCartney) – 5:10
42. I Want to Vanish – 3:14
Esse álbum é figurinha carimbada no meu MP4. Com ele, eu escrevo o livro todo dia. Eu recomendo a você, caro (a) leitor (a), o mesmo!
Abaixo estão as minhas favoritas:
(I Don't Wanna To Go To) Chelsea
Alison
Everyday I Write The Book
Oliver's Army
Pump It Up
Sulky Girl
She - a música é do grande Charles Aznavour (clipe aqui). Foi regravada por Costello, em 1999, para o filme Um Lugar Chamado Nothing Hill.
Romeo e Julieta pelo pintor inglês Sir Frank Bernard Dicksee - 1884
Ajuda-me a pegar intrépidos pontos de luz
e, nas noites de luar, ei de colocá-las no meu sombreiro**
assim como te coloquei...
Alumea, me alumea,*** antes que venha
a jovem Aurora: - das cores vibrantes,
de ervas e campos, dos bancos das praças, e do último beijo.
Conte-me histórias dos bravos romeiros de Santiago
antes que o sonho de outrora leve-nos embora.
E vem que já é hora! E vem que já é hora!
Que eu não quero dormir só!
[Lírio do campo, amor de séculos]
E, antes do raiar, que surja tua alma
e diga-me:
- Alumea, me alumea
Estreliña da fortuna!***
T.S. Frank
Informações
Poema livre inspirado na música Santa María Loei, contendo alguns trechos da música. É a faixa 7 do álbum Mar Maior/2012 do grupo de folk galego Luar Na Lubre. A música tem arranjos e melodia de Bieito Romero e mistura a cantiga 200 de Alfonso X com estrofes populares da região da Galícia - religiosidade e paganismo em um mesmo tema.
Alfonso X, o Sábio ou o Astrólogo (1221-1284), foi rei de Castela e Leão de 1252 a 1284 e ainda imperador eleito do trono do Sacro Império Romano-Germânico, ainda que nunca tenha exercido o cargo de fato.
Palavras e frases galegas Luceiro* - Pode-se entender como "qualquer coisa que emite luz", ponto de luz, luz; segundo o Dicionário da Real Academia Galega - trad. - "qualquer astro que brilha intensamente!"
Sombreiro** - Chapéu Alumea me Alumea*** - Ilumina, me ilumina Alumea me alumea, estreliña da fortuna!*** Ilumina, me ilumina, estrelinha da fortuna!
Curiosidades do Português, Latim e Galego
Pode-se pensar muitas vezes que ALUMIAR é errado, mas o verbo existe e consta no Dicionário Mini Aurélio Escolar, p. 35.
Alumiar não tem o mesmo radical de luz ou luzeiro no Português (que tem uma palavra galega parecida - luceiro), mesmo tendo um significado derivativo destas. O radical desse verbo vem da palavra LUME e esta significa LUZ (Mini Aurélio, p. 433). Lume deriva da palavra latina lumen (Dicionário Escolar Latino-Português de Ernesto Faria, p. 575) que significa "luz, claridade". Há a variante lúmen que em FÍSICA designa uma medida de fluxo luminoso e em ANATOMIA significa a cavidade de um órgão.
Então, queridos (as) leitores (as), é começo de setembro e estamos de contagem regressiva para a volta das nossas séries favoritas. A terceira temporada de nosso querido Sherlock BBC ainda não saiu do forno, porém, dia 30/09, nosso consultor favorito retornará para a empolgante quinta temporada - PATRICK JANE!
Talvez a minha antiga vida não volte. Sim, ela é triste há 26 anos, porém, mesmo assim, podia caminhar, respirar e fazer muitas coisas. Há mais de um mês não sei mais o que é isso. Talvez eu nunca ache cura para o que venho sentindo.
A doença física agrava-se com a falta de compreensão e a sensação de peso. É momento de ser forte, pois precisam de mim. Só que eu desabei, fui fraca.
Todos os dias morro um pouco. E não tenho mais motivos para continuar, pelo menos agora.
Preciso de um amparo, uma ajuda, um abraço, alguém que diga - "tudo vai terminar bem, seja o que for, estamos aqui e vamos descobrir o que você tem..."
[frases mágicas!]
Só que isso é um sonho infantil. A vida... Bem, a vida é real.
É meu inferno.
[nunca senti tanto medo na minha vida... E não posso expressá-lo, não posso dizer nada... Se eu pudesse apenas chorar, dizer o quanto estou apreensiva. Não sei se preciso mais de um hospital, médicos, respostas ou de carinho e conforto. Quem sabe se eu tivesse tudo isso, seria salva...]
O pior de estar doente, apesar de visitar um pneumatologista e ele me falar que minha respiração está normal, é não ter evolução, não sair do lugar e ser cobrada por isso, "pois estou adoecendo a família, ou o que restou dela".
Para os que gosto e amo, desejo felicidade, acolhimento, segurança, amor, sorrisos, domingos ensolarados, bolos lindos de chocolate, música, bons shows, lareiras, paz, esperança, uma família inteira, alegria, saúde e compreensão.
[muitas dessas eu sei que não vou ter e outras nunca mais terei]
Deixo com vocês uma música que expressa o que mais desejo nessa vida - REFÚGIO.
John Legend - Refuge (When It's Cold Outside) [Refúgio (Quando está frio lá fora)]
#Eu oro por dias melhores
Eu oro para poder ver o sol
Porque a vida é tão sobrecarregada
Quando todo dia é um chuvoso dia
Você sabe e eu sei
Amigos vêm e amigos vão
Enchentes e ventanias
Mas uma coisa eu tenho certeza
Quando está frio lá fora
Não há com que se preocupar porque
Estou tão aquecido aqui dentro
Você me dá paz
Quando há tempestade lá fora
Estamos apaixonados, eu sei
Estará tudo bem
Tudo bem, está tudo bem
Agora a paz é tão difícil de achar
Estamos aterrorizados e vitimizados
Mas é aí que fecho os meus olhos
E penso em você para aliviar a cabeça
Você me leva para outro lugar
Aonde não tem guerra (Chega de guerra!)
Só amor e graça#
Queridos amigos (as)-leitores (as) do CQ&Sherlock, estou um pouco afastada da nobre arte de escrever devido a sérios problemas de saúde de âmbito familiar, inclusive meu. Espero que tudo acabe bem e que eu possa voltar tão logo para nosso cantinho com a frequência devida. Beijos!
T.S. Frank
Deixo com vocês uma dica de um dos meus programas favoritos:
Larica Total
(Atualizado em 2022)
Temporadas: 3 temporadas, de 2009-2012, com 74 episódios.
Original: Canal Brasil
Apresentado por: Paulo Tiefenthaler
Paulo do Larica Total definindo o Larica Total:
Larica Total é o programa da culinária da verdade, a verdade nossa - a culinária milionária é outra. E o que é a culinária da verdade? - É abrir a geladeira e ter apenas o ECO e uma PEQUENA CEBOLA protagonizando o silêncio; e você transformar essa cebola num ALMOÇO.
Então: XABLABLAU para vocês!
***
Um episódio na íntegra de presente
1ª temporada - Episódio 04
Arroz infalível
Desta vez, Paulo põe fim ao mito de que fazer arroz é uma tarefa complicada. Esbanjando destreza, o solteirão ensina duas maneiras de fugir dos grãos empapados: a receita infalível e o arroz das mães e das avós.
Há duas semanas sinto-me como em um abismo. Piorou nos últimos dois dias - respirar tem sido um enorme calvário.
Sempre tiver medo de parecer um peso para todos. E é assim que me sinto há 26 anos - como a pessoa que sempre incomoda, sempre está doente de algo inexplicável e que vai morrer a qualquer momento.
Sinceramente... Eu gostaria muito de chorar, muito... E que não houvesse pessoas para dizer que está errado, que é besteira. Preciso que alguém me tire daqui e me faça acreditar que a vida vale a pena. O que mais preciso é de segurança, mas eu não tenho - é sempre o abandono às voltas.
Loucura ou egoísmo? Doença real?
Eu tenho pessoas que se preocupam comigo, que gostam de mim e que são meus amigos de verdade. Mas não posso fazer com vivam um pesadelo por minha conta - seria uma maldade sem precedentes. Eles precisam ser felizes.
Como liberta-me de tanta dor?
Necessito de um hospital, porém não consigo mais acreditar nos médicos, principalmente da rede pública. Eles poderiam muito bem me deixar morrer para ser mais um número. Afinal, a vida daqueles que tem dinheiro é que parece ser a mais valiosa e a que precisa de mais cuidados. Não consigo mais acreditar no ser humano. De uma hora para outra perdi todo o ânimo e todo o sentido da vida...
E nesse momento eu precisaria ser forte... Mas sou tão fraca que não consigo ajudar as pessoas que são importantes na minha vida.
Por que sinto-me sufocada?
Suores, taquicardia, ansiedade...
Ninguém acredita em mim.
Lágrimas... Tudo reprimido em nome do comportamento e do não dar trabalho.
Estou em uma prisão...
Não posso cansar as pessoas, elas têm suas vidas.
Já pensei no pior hoje, ontem. Gostaria de alguém para segurar a minha mão e falar que vai passar, sem ter aquele olhar de que eu sou a pior pessoa do mundo.
O livro que tenho é da:
Companhia das Letras [Companhia de Bolso]
Ano: 2009
ISBN: 9788535915105
Número de páginas: 136
Autor: Ian McEwan (trad. Jorio Dauster)
Preço-faixa: 20,50 (+frete)
Ian MacEwan [Aldershot, Inglaterra, 1948] é considerado um dos grandes nomes da literatura inglesa e atual. Seus livros impressionam pela narrativa seca, sem eufemismos, mostrando situações cruéis através de fortes apelos visuais.
McEwan é um escritor sombrio, com enredos que mostram cenários inusitados e complicados, mas esses não estão ligados ao gênero bizarro.
O Jardim de Cimento é seu primeiro romance. Lançado em 1978, chamou a atenção da crítica pela história de uma desconstrução familiar feita de maneira sufocante e trágica.
Trata-se de uma família cujo progenitor morre repentinamente, deixando inacabado um jardim de cimento que há muito tentava terminar. O livro começa com a chegada de vários sacos de cimento à casa da família, o que gera muita discussão entre pai e mãe. O personagem que narra a história chama-se Jack – é através de seus olhos e de suas palavras que podemos visualizar aquele pequeno mundo - um clã isolado e sem parentes. O resto da família é composto por seus três irmãos – o pequeno Tom, Sue e Julie. Esta última mostra-nos um despertar sexual jovial, cheio de cores que aspiram por prazeres moldados na libido adolescente.
Após a morte do pai, a mãe assume o controle da família. Porém por pouco tempo. Sua morte acontece pouco depois, o que leva o leitor a um novo confrontamento e a um dilema familiar – sem parentes, os irmãos seriam separados e colocados em orfanatos. Isso os obriga a enterrar a própria mãe [mais uma vez o cimento está presente] no porão de casa e a viver da renda que esta deixa em um banco.
É nesse ponto que, talvez, Ian MacEwan faça jus ao apelido que ganhou – Ian Macabro. A narrativa não é complexa, porém cruel. Leva-nos ao inimaginável, a sensações e descobertas socialmente inaceitáveis.
É um livro pequeno, de palavras claras e objetivas. Confeccionado em tons de verão, com nuances de abafadas tardes escaldantes.
Depois de ler esse livro, querido (a) leitor (a), sua percepção sobre ingenuidade e moralismo será confrontada, levando-o (a) a questionamentos básicos sobre o certo e o errado. O Jardim de Cimento não choca ou fere – apenas mostra o convencional sendo desconstruído e transformado em uma realidade de sobrevivência e amor instintivo.
Crítica da semana: O Jardim de Cimento (The Cement Garden)/1993
O Jardim de Cimento mostra-nos a desconstrução de uma família – mortes, descobertas, sensações, novos modos de viver e sobreviver. Podemos julgar dois jovens irmãos por optarem pelo socialmente inaceitável a fim de protegerem o que resta da sua unidade familiar?
O Jardim de Cimento (The Cement Garden/França/Alemanha/Reino Unido/1993) é a adaptação para o cinema do livro homônimode 1978 de Ian McEwan.
O filme mostra uma família inglesa, sem parentes, composta pelos pais e quatro filhos. O clã sofre um grande impacto quando o pai morre e em seguida ocorre a morte da mãe. Os dois irmãos mais velhos optam por enterrar a genitora no porão de casa e assim manter a unidade familiar – com novos valores e com uma nova estrutura.
Aqui temos mais uma vez a dificuldade em adaptar um livro para o cinema – pois há uma classe que quase sempre sai muito insatisfeita – os leitores.
O livro tem uma riqueza de detalhes peculiar – pode-se até visualizar as cores e os tons dos cenários. A primeira impressão causada pelo filme é de que há alguma coisa errada exatamente nisso – eles precisavam ser tão sufocantes [amarelos demais, cinzas demais]?
O personagem principal, narrador em primeira pessoa, é Jack. No livro, Jack é um menino envolvente. No filme, o ator que o interpreta, Andrew Robertson, não se encaixa, passando insegurança e até mesmo o desconforto de estar ali. Sinéad Cusack (mãe) e Hanns Zischler (pai) estão bem, assim como Alice Coulthard e Ned Birkin como os dois irmãos mais novos, Sue e Tom. Jochen Horst, que interpreta o namorado de Julie, atua sem maiores destaques. E quem rouba a cena [e salva o filme] é a maravilhosa Charlotte Gainsbourg, interpretando Julie, a irmã mais velha. Podemos ver toda a sexualidade e libido adolescente descritas no livro.
O filme peca pela falta de ousadia. Tirando Charlotte Gainsbourg, é uma película débil e desconfortável, muito diferente da proposta visceral de Ian McEwan.
Queridos (as) leitores (as) e amigos (as) do Café Quente & Sherlock...
Pois bem, recebi um e-mail dizendo que nosso querido cantinho foi indicado ao Prêmio Top Blog 2012 [quem indicou, não se sabe...].
Então, fiquem à vontade para votar no CQ&Sherlock!
O Selo está no lado esquerdo do blog.
E a delicada insanidade que habita meu mundo cinza e melancólico visita-me.
Um turbilhão de lembranças reflexivas e não vividas.
Brilha, vertiginosamente, a quietude intrigante e caminha em mim, sutilmente, até tomar conta da minha alma.
Nos desvarios noturnos e pesadelos angustiantes, cada pedaço desse limbo vai sendo construído - uma ponte para um mundo além - o lunático está na grama.
Então veio-me Noite Estrelada, a falta da orelha de Van Gogh e os sentimentos penetrantes de Rodka.
Somos parecidos, um pouco ali, um pouco aqui - Van Gogh e os devaneios que transformaram-se em cenários cheios de tons pastéis, salpicados por distorcidas estrelas da aurora, pinceladas no frio incandescente que transformava cada suspiro em névoa gélida. A orelha que se foi, um ato de desespero - Rodka, as febres e o asco do mundo, das pessoas e suas vulgaridades transmitidas através de seus sorrisos malditos e falsos...
Meu reflexo no espelho, a dor da imagem - corto-me até fluir a última gota de sangue.
Se a loucura ronda, aflige e castiga, também abre universos perfeitos, com notas harmoniosas, bucolicamente amáveis e pacíficas.
Na noite fria, caminho. A estrada não é tão diferente de um cenário de guerra... Destruo meu espírito, amo intensamente, silenciosamente e devagar, sofro, caio... Morro por alguns instantes. Ressurjo das cinzas.
E, assim, a insanidade se faz - amiga presente e única.
E Brain Damage e Eclipse tocaram.
Informações:
1-Em 23 de dezembro de 1888, véspera de Natal, após uma discussão com Gauguin [pintor francês], Vincent Van Gogh cortou um pedaço do lóbulo da sua orelha esquerda e fez dois autorretratos [um deles é este que está na postagem].
2-Rodka ou Rodion Românovitch Raskólnikov é o personagem central do livro Crime & Castigo de Dostoiévski.
Cantos gregorianos
Som harmonioso
Gaudete!
Eis meu mundo!
Do outro lado,
O medo!
A religião sobre religião.
Professam - Nós somos o caminho, a verdade e a vida!
Tantos morreram em nome de Deus,
Blasfêmia!
Foi em nome daqueles que detinham o poder de espalhar:
- Deus, o castigador!
[E foi assim por muito tempo!]
Então, de século em século,
Quebram a corrente.
E a nova verdade vem para salvar
[palavra mágica do século XXI - indulgência a sua maneira]
E eu aprendi e vi
Que Deus é a bondade
Dos homens que de fato
Abandonam sua vida
Para viverem a miséria
Do próximo.
[E pergunte ao inquisidor - largas a tua para viver, de fato,
a do teu irmão?]
Puro terror psicológico...
Da velha ladainha - aceite, aceite!
Dê-lhe o pão diário...
Estenda a mão.
Junte-se a ele!
[saia do conforto do seu templo e partilhe da fome
que beira a tua calçada!]
Agora,
Você ainda está certo?
Uma só Palavra,
Vários julgamentos.
Da minha fé - eu vivo e acredito!
A sua, seja qual for, eu respeito!
A esses inquisidores disfarçados
De profetas da verdade, pergunto:
- Excluíram de ti Mateus 7?
Talvez eles tenham muito medo
do cinema de Scorcese*
Há muito eu queria falar sobre Quentin Crisp - uma das figuras que admiro pelo que mais prezo no ser humano – a polidez e educação (e, devido à escassez, posso até dizer tratar-se de artigos de luxo de extrema raridade).
Talvez a maioria dos brasileiros nunca tenha ouvido falar no seu nome e acho que até mesmo a juventude inglesa. Alguns fãs do Sting mais aficionados podem saber sobre ele. A verdade é que Quentin ousou assumir-se, ter voz, falar sem abandonar os bons modos ou a alegria de viver. E, por isso tudo, também apanhou e sofreu com a discriminação.
Crisp nasceu sob o nome de Denis Charles Pratt em 1908, em Sutton, distrito de Londres. Frequentou os cursos de Artes e Jornalismo, porém sem se formar em nenhum. Foi garoto de programa e vítima de vários ataques homofóbicos. Apresentou-se ao exército, na primeira Guerra Mundial, mas foi declarado isento por Perversão Sexual. Depois foi modelo, do tipo nu artístico.
Tornou-se conhecido pelo seu livro, lançado em 1968, intitulado The Naked Civil Servant e este recebeu boas críticas (o livro não foi traduzido no Brasil).
Tornou-se ícone gay na década de 70 após o seu livro de 1968 tornar-se filme para televisão pela ITV (o filme também foi responsável pelo estrelato do ótimo ator inglês John Hurt que interpretou o próprio Crisp). Passou a apresentar-se em teatros, em Londres, comorancouter (palavra chic, em inglês, para contador de histórias), apresentando habilidade e inteligência nessa área.
Mudou-se para New York em 1981. Continuou a ser um rancouter. Porém envolveu-se em uma polêmica ao afirmar que a AIDS era uma doença da moda. Porém, mais tarde, conseguiu fazer as pazes com o público. Sempre bem humorado e com a habitual polidez, chegou a fim da vida aos 90 anos em 1999.
Filmes
Vida Nua (The Nacked Civil Servant/Inglaterra/1975)
Baseado na obra de sucesso de mesmo nome, o filme traz John Hurt no papel principal. Ele retrata a vida de Quentin Crisp desde a casa dos pais até tornar-se um ícone gay da década de 70, ou como ele mesmo fala na película – um homossexual respeitado em toda Inglaterra.
O filme feito especialmente para televisão pela ITV ficou em quarto lugar na lista dos 100 melhores programas de TV de todos os tempos da Inglaterra (2000) – BFI TV 100. Pelo papel, John Hurt ganhou o Globo de Ouro de melhor ator em 1976.
O filme é delicioso e bem-humorado. John Hurt está ótimo, retratando as peripécias de um Crisp destemido (a cena, por exemplo, em que se apresenta ao exército para a Primeira Guerra Mundial é memorável). No começo há o depoimento do próprio Crisp – com seus bons modos e aquele sotaque inglês inconfundível.
Um dos melhores filmes que já vi!
Um Inglês em Nova Iorque (A Englishman In New York/Inglaterra/2009)
A continuação de Vida Nua – aqui John Hurt repete o papel de Quentin Crisp quando este muda-se para Nova Iorque, em 1981, até seus últimos dias.
O título do filme foi inspirado na canção que Sting compôs em 1987 para Crisp.
Foi indicado ao GLAAD Media Awards (prêmio de Mídia da Aliança Contra a Difamação dos Gays & Lésbicas) como Melhor filme para TV.
O filme começa muito alegre – a sequência com a música da querida Donna Summer (R.I.P.) é muito gostosa de se ver. Porém as sequências de conflitos levam-nos a refletir sobre uma época em que os direitos homossexuais começavam a ganhar mais espaço, assim como a AIDS. Há cenas engraçada e uma delas é super – Quentin tentando ganhar, de forma perspicaz e inteligente, o ‘Resident Alien’ (Estrangeiro Residente). Em uma certa altura, Crisp ganha a antipatia do público, porém a recupera mais tarde. Na sequência final do filme (e a mais bonita), temos o discurso que ele faz para uma plateia, onde, ao término desse, o som da belíssima An Englishman In New York surge.
Filme muito bom!
Música
An Englishman In New York
Foi através da música An English In New York que conheci a história de Quentin Crisp.
Com uma ótima puxada de Jazz, a música é gostosa de ouvir e tem uma letra maravilhosa. O clip, em preto e em branco, além de Sting e os músicos, tem o próprio Crisp.
Sting visitou Crisp em seu apartamento, em Nova Iorque, em 1986. Durante o jantar, escutou as histórias e as brincadeiras de Crisp – uma delas era que ele esperava receber os papéis de naturalização, assim poderia cometer um crime e não seria deportado. Relatou também os problemas que enfrentou por ser homossexual durante a década de 20.
Sting disse sobre a música: - "Bem, é, em parte, sobre mim e em parte sobre Quentin. Mais uma vez eu estava procurando uma metáfora. Quentin é um herói para mim, alguém que eu conheço muito bem. Ele é gay e ele era gay em um momento da história quando era perigoso ser assim. Ele sofria agressões diárias, em grande parte, com o consentimento do público."
A música foi lançada no álbum Nothing Like The Sun em 1987.
An Englishman In New York
#Um Inglês em Nova Iorque# (Composição - Sting)
I don't drink coffee I'll take tea my dear
Eu não bebo café, bebo chá, meu caro I like my toast done on one side
Gosto de minha torrada feita de um lado só As you can hear it in my accent when I talk
Você pode ouvir no meu sotaque I'm an Englishman in New York
Eu sou um inglês em Nova York
See me walking down Fifth Avenue
Você me vê andando na 5ª Avenida A walking cane here at my side
Ando com minha bengala ao meu lado I take it everywhere I walk
Eu a levo a todo lugar I'm an Englishman in New York
Sou um inglês em Nova York
I'm an alien, I'm a legal alien
Eu sou um estrangeiro, sou um estrangeiro oficializado I'm an Englishman in New York
Eu sou um inglês em Nova York
If "manners maketh man" as someone said
Se "os modos fazem o homem", como alguém disse Then he's the hero of the day
Então ele é o herói do dia It takes a man to suffer ignorance and smile
É preciso ser homem para sofrer ignorância e sorrir Be yourself no matter what they say
Seja você mesmo, não importa o que digam
Modesty, propriety can lead to notoriety
Modéstia e propriedade podem levar a notoriedade You could end up as the only one
Você pode terminar como o único Gentleness, sobriety are rare in this society
Gentileza e sobriedade são raras nessa sociedade At night a candle's brighter than the sun
À noite, as velas brilham mais que o Sol
Takes more than combat gear to make a man
É preciso mais que combates para fazer um homem Takes more than license for a gun
É preciso mais que uma licença para armas Confront your enemies, avoid them when you can
Confronte seus inimigos, evite-os quando puder A gentleman will walk but never run
Um cavalheiro anda, mas nunca corre
Período mais que conturbado. Pode ser a crise dos 26 que o Laerte descreveu na entrevista concedida a Gabi... O mais provável? Tristeza crônica.
Dias inquietos, muitas lágrimas. E toda a vida lastimável recheada de péssimos momentos volta - lembranças atormentadoras.
Eu não tenho muito do que me orgulhar.
Troquei o dia e noite pela madrugada - o único momento em que eu posso ter uma certo gostinho de paz.
A dor física retorna - o medo de ficar novamente doente e enfrentar isso sozinha assombra-me.
26 anos para esquecer....
É necessário passar por tantas coisas ruins para ser alguém na vida [e ainda correr o risco de não ser]?
As outras pessoas já encarregaram-se de justificar tais acontecimentos - minha preguiça, egoísmo, falta de fé... Deixa eu ver... Falta de ambição... E outras qualidades... Fora todas as minhas desculpas para enganar a mim mesma...
Olhe onde eu estou hoje... Tentando sobreviver ao meu próprio sonho, no pior lugar do mundo, com as piores pessoas - em um ano aprendi que o ser humano pode ser a criatura mais desprezível da face da terra.
Se apenas um dia fosse-me concedido, gostaria de esquecer 99% das pessoas que conheço... Apagar a minha vida deprimente.
Minhas vontades são simplórias - eu não desejo rios de dinheiro, joias, carros - apenas um lar, bons amigos, sorrir despreocupada... Gostaria de ter algo que há muito não sei - tranquilidade!
Meu fardo hoje é servir de boba da corte e piada, fazer teatro, ser pisada, mendigar por atenção, esconder a dor e olhar a vitória dos outros.
Tornou-se um desespero tudo isso. E, sinceramente, qualquer que fosse o desfecho, eu só gostaria que cessasse...
Muito triste e decepcionante ter a sensação que a maior parte do ótimo acervo cultural da humanidade será esquecido por ser considerado velho, ultrapassado e fora de moda. É assim com a música, com os livros e com as pessoas (como dizem alguns na universidade onde eu estudo - "quem gosta de Exterminador do Futuro, De Volta Para o Futuro e o Rocky é ancião." Imagina quem gosta de música da década de 40, é o quê? Múmia?).
Talvez muitos não saibam quem foi Glenn Miller. E para os que não o conhecem por motivos que não sejam os famosos "poeira demais me causa alergia" ou "velharia é coisa para museu", eu perdoo.
Gleen Miller nasceu nos EUA em 1904. Foi um dos grandes músicos de Jazz que este mundo teve o prazer de conhecer. Porém não do Jazz apreciado, por exemplo, nas músicas do Nat King Cole. Ele tocava o chamado Swing. Fundou, em 1937, uma das maiores Big Bands já conhecidas: a Gleen Miller Orchestra - que existe até hoje.
Gleen, junto com a Orquestra, vendeu muito entre 1939 e 1942. Criou hits que continuam a tocar por aí, como: In The Mood, Moonlight Serenade (gravada por Miller e sua Orquestra e incluída no Hall da fama do Grammy em 1991), Pennsylvania 6-5000, Chattanooga Choo Choo, A String of Pearls, At Last, (I've Got a Gal In), Kalamazoo, American Patrol, Tuxedo Junction e Little Brown Jug.
Miller não teve tempo para curtir o seu sucesso. Assim como o escritor Saint-Exupéry, ele ingressou no exército durante a Segunda Guerra Mundial. Ao voar da Inglaterra até Paris, juntamente com mais oito passageiros, desapareceu sem deixar vestígios. E continua ainda a ser um grande mistério o que de fato aconteceu a Miller e aos passageiros, pois nenhum destroço foi encontrado até hoje. Há uma hipótese dada pelo historiador Roy Nesbit - a de que o avião foi abatido pelo chamado fogo amigo.
O filme que conta a história da trajetória de Glenn Miller é The Glenn Miller Story(Música e Lágrimas no Brasil), de 1953.
Então, eu sugiro que você, querido (a) leitor (a), arraste o sofá da sala e coloque a Big Band do grande Glenn para tocar.
Olhando bem para essa tirinha do Laerte, eu lembrei de um episódio de Todo Mundo Odeia o Chris em que a Rochelle sai para jantar com o Jullius e eles são assaltados por um ex-colega de turma de Rochelle (só que o final é inverso aqui no Hugo).
Madrugada, terrível, abafada e tensa. E, lá ao longe, algumas luzes piscam, distantes e borradas frente aos meus olhos cobertos por uma película feita de distorção.
Porão escuro, uma luminária, algumas lágrimas. Não é tão diferente assim de uns tantos anos atrás, das mesinhas e suas máquinas de escrever explodindo em tilintares secos e metálicos.
Tenho sentido-me uma criatura um tanto morta, vazia, empurrando cada nota suave da vida [que deveria estar em máxima colisão de sabores e experiências]. As paixões acabaram? O frio na barriga e as palavras embasbacadas?
[ou mataram-as?]
Percebo que o caminhar de minha vida perdeu um pouco do brio. E isso não deve soar como uma súplica, ou um desabafo intrínseco de tristeza. É apenas uma nota, talvez desesperadora, da falta de combustível e da inspiração que cercavam-me há algum tempo atrás.
Vários rostos passam diante dos meus olhos cansados, dia após dia - sorrisos em câmera lenta, jovialidade e esperança cheirando a tinta fresca. Talvez eles não saibam [ou nunca precisão saber] dessa convalescença das paixões que acontece em um certo tempo da vida.
Sinto fome e sede. E minha fonte esgotou-se - vislumbro uma poeira fina que cobre meu rosto, um calor escaldante e uma sofrimento avassalador.
Há sempre um sentimento vigorando a cada período como ciclos lunares. Porém para tecer os mais ardentes contos, precisa-se estar apaixonado por algo [ou alguém].
As paixões findam-se, vem o limbo.
Eis que a angústia seca as lágrimas que lavam a alma toda a noite, a cada prece, a cada dor. E quando poucas caem, são gritos sufocados, uma dor indescritível.
Devaneios noturnos - primeiro ato de uma peça forjada em cima de minha própria vida.
Melancolia matutina - o despertar de mais uma cena de desespero.
... Agora... Eu desejei apenas segurança, minha casinha de madeira. Uma pessoa para que eu possa dizer - "seja apenas feliz.", um beijo...
É um momento turbulento - sem explicação, sem ajuda. O tempo é o único alívio dado em conta-gotas.
Não sei o que há de vir. Há um turbilhão de sentimentos ainda por revelarem-se, mas que não podem ser utilizados para suprir essa falta de perspectiva.
Ando descalça e a areia é fria.
Do outro lado brilha o esboço de alguém. Resta-me apenas esperar por sua manifestação. Experiências de outrora fazem-me ter medo.
Contudo as esperanças, mesmo moribundas, não deixam que eu caia sem vida nessa estrada traiçoeira.
Depois de uma semana em que constatei que qualquer semelhança entre um Pokémon e minha pessoa não tratava-se de mera coincidência, poderia ter evitado qualquer saída de casa.... Mas... É certo - quando a auto-estima está mais baixa do que a natalidade do Japão [e a lei de Murphy ronda], evite sair com aquela amiga loira para a balada! Além de dinheiro perdido e aborrecimentos, você ganhará o status de vela da noite...
Minha imagem soa apática, disso eu sei. Em vinte e poucos anos nunca fomos melhores amigas.
Mesmo que as pessoas não saibam [e como culpá-las por não saber?], qualquer apontamento já é motivo para uma consulta nada agradável ao espelho.
Toda vez que lembro-me de imagem, beleza [falta dela], vem-me os versos tristes de Cecília Meireles:
Retrato
Eu não tinha este
rosto de hoje,
assim calmo, assim
triste, assim magro,
nem estes olhos tão
vazios, nem o lábio amargo.
Eu não
tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas; eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei
por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil: — Em que espelho ficou perdida a minha face?
A solidão,
o coração partido, o amor que fracassou [desacreditado e cunhado apenas no
interesse físico do outro] são as entrelinhas dessa imagem monstruosa que teima
em crer que um dia o 'velho abrigo da tempestade' chegará - manso e
gentil.
Toda
mulher, mesmo a mais despojada, sente essa necessidade de sentir-se
atraente e, consequentemente, quando sua imagem está em baixa, uma carga de
desamor próprio instaura-se de maneira energética.
[pensei
muitas vezes, nesses dias, que o tal amor desacreditado merecesse alguém
condizente com a beleza que ele possui]
Dias
difíceis, eu sei. E todas as experiências são válidas, mesmo que péssimas.