sexta-feira, 25 de maio de 2018

Audiopost - Tracklist Rádio das Madrugadas


Olá, queridos (as) leitores (as) e OUVINTES!
 

Tears For Fears
Isso mesmo, resolvi voltar com as atividades da categoria AUDIOPOST.

Não é a primeira vez que eu gravo a minha voz aqui. Tem um material marcado como Audiopost (clique aqui) no blog. E são mais antigos. O último (de autoria própria) foi em abril de 2011. E não estranhe, fui escutar a minha voz nas gravações passadas e ela está bem diferente (será que foi o passar do tempo e a chegada dos 30 anos?). Entretanto, vida que segue!

Pois bem, essa gravação de hoje traz um pincelada, com opiniões minhas e informações, pelas músicas um pouco mais antigas (muito familiares para o pessoal da década de 80 e 90) e que sempre estão tocando na programação da madrugada. Aqui eu falo sobre: Bee Gees, Smokey Robinson & The Miracles, B.J. Thomas, Peter Cetera, Procul Harum, Tears for Fears, Bangles, Toto e Nazareth.

Espero que escutem e gostem!

Até a próxima! 


Bee Gees

sábado, 5 de maio de 2018

A escala cinza do cotidiano

Pigmaleão e Galatea
Jean-Léon Gérôme
1890
The Metropolitan Museum of Art

"Ser estúpido, egoísta e ter boa saúde são três requisitos para a felicidade, mas se a estupidez faltar, está tudo perdido." (Être bête, égoïste, et avoir une bonne santé, voilà les trois conditions voulues pour être heureux; mais si la première nous manque, tout est perdu/ La correspondance de Flaubert‎ - Página 799, Gustave Flaubert, Charles Carlut - Ohio State University Press, 1968 - 826 páginas)

Hoje pensei sobre a felicidade alheia e como ela, essa bizarrice, parece extremamente vulgar aos meus olhos. Deus, é como ver uma amostra cotidiana de seres humanos com cérebros liquefeitos, esperando não mais que muito dinheiro (e precisa ser sempre mais do que já tem!), sexo ruim (principalmente para as mulheres), amor inexistente (por parte dos homens), filhos endiabrados (culpa de quem?) e um livro de ficção constituído de fotografias expostas aos quatro cantos do mundo.

A vida parece morrer no namoro. E pergunto-me por que insistem nesses enlaces que, segundo os relatos que chegam-me, firmam-se nas traições e num teatro patético para as famílias de ambos os lados.

Há algo de viciante na tristeza e em seus tons de cinza. Ela traz os pensamentos mais aniquilantes em versos e estrofes, destrói mitos e reconstrói muros de proteção. Por outro lado... A felicidade traz uma calmaria em tons amarelos débeis e bobos. Sorrisos que engasgam e sufocam. É, talvez, a morte da alma mais sarcástica que exista. 

Esse utópico contentamento não pode ser um estilo de vida, pois já nasce em decaimento, pronto para acabar e deixar vontades, assim como um orgasmo. Já a tristeza é fiel e ajuizada e torna-se um perigo somente ao se combinar com a vontade de morrer. 

Por esses dias trabalhei, estudei, tive insônia de madrugada e dormi muito de dia. Fiquei doente e pensei que era meu fim. Tomei muito café. E engordei mais um pouquinho. Procurei um trabalho fixo e não achei absolutamente nada. Terminei de ver a Série Terror e li os trechos finais do livro de mesmo nome (em inglês) do Dan Simmons. Faltaram muitas coisas interessantes na série que só existem na parte manuscrita e, mesmo assim, foi ótimo assisti-la. 

Ainda não recebi resposta sobre o término de mais uma demanda do meu trabalho freelance. Será um bom dinheiro neste período, maior que a quantia do mês passado. Entretanto a minha desconfiança (quase paranoica) mostra-me mãos absolutamente vazias. 

Preciso entregar meu TCC, da pós-graduação, para a correção e validação até às 23:59 horas de hoje. Muito precisa ser corrigido, segundo a orientadora, e minha coragem está em falta. Orçamento Participativo é o melhor tema que achei na Contabilidade Pública. E, mesmo assim, tem dado dor de cabeça.

Também falei para meu botões... O que separa-me dos meus ex-colegas de curso já formados em Física é só a área mesmo. No final, ficaram eles no mesmo nível que eu, pensando melhor... Estando todos nós na mesma cidade, as oportunidades reais de trabalho podem estar muito piores para as bandas de lá. 

O que seria excitante agora? De uma forma que explode na boca como coalhadas e maçãs? Admirar corpos nus? Usá-los? E depois... Se forem nada mais do que cascas vazias que não se pode manter uma conversa agradável nem mesmo para tomar um café matinal? 

Tornei-me escrava dos meus questionamentos. E não há quem resista inteiro a eles. 

Será que precisarei ser estúpida para sentir prazer nos outros? 

Necessito, urgentemente, construir outro objeto de adoração. E dá-lhe uma vida envolta por pensamentos maliciosos que podem ser desnudados todas as noites e abandonados ao nascer do Sol. 


terça-feira, 1 de maio de 2018

Crítica da Semana - Cargo/2013 - O curta

Cargo é um curta competente no que se propõe, deixando de lado os diálogos para dar vez a ações e expressões que falam diante do inevitável. É preciso salvar a carga mais preciosa de todas das garras da besta iminente - a irracionalidade do próprio eu.

Fazer um curta é de uma nobreza ímpar e, ao mesmo tempo, uma tarefa ingrata - a história deve ter seu começo, meio e fim em minutos e precisa ser eficaz como canal de comunicação entre o diretor e o telespectador.

Hoje há muito mais público para essa parte do Cinema e os festivais especializados já fazem questão de colocá-los gratuitamente. E este é o caso de Cargo (Cargo/Austrália/2013), um filme curto de horror com a temática do apocalipse zumbi, dirigido por Ben Howling e Yolanda Ramke.

Entretanto não espere que tenha mais do mesmo aqui. Você, caro (a) leitor (a), não verá muito sangue, gritos, vísceras, carnificina e outros recursos.  Seu foco é estritamente no essencial da relação humana - os sentimentos. E neste caso, teremos o amor de um pai pela filha.

O enredo é basicamente este...

Um homem, após acordar de um desmaio provocado por um acidente de carro, descobre que sua esposa morreu e tornou-se um zumbi bem ao seu lado. Desesperado, ele deixa o carro e pega sua filha, que ainda é um bebê. Ele percebe que foi mordido enquanto estava inconsciente. A partir desse momento seu destino já é certo. Contudo, antes dessa tragédia, ele precisa garantir que sua filha sobreviva.

O destaque maior é a atuação de Andy Rodoreda, o pai protetor. Ele, juntamente com Ruth Venn (a pequena Rosie), é responsável pela carga emocional do filme. Também vale destacar a bela fotografia apresentada. 

Cargo foi feito para o festival de curtas-metragens Tropfest, no qual foi finalista.

Só a titulo de curiosidade: Cargo, em inglês, é carga, assim como conhecemos mesmo, a definição para aquilo que se transporta. Pelo cartaz do filme, o nome não poderia ser mais adequado, além, óbvio, de todo o simbolismo que traz. 

Se eu fosse você, assistiria logo! Vale muito uma conferida. E faça isso antes de ver Cargo da Netflix, com o maravilhoso Martin Freeman (meu querido Dr. Watson). 

Deixo o curta, na íntegra, aqui embaixo.

Recomendadíssimo!