quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Sad birthday

Hoje é dia...

... de reflexão e de análise dos momentos amargos que muitas pessoas proporcionaram a mim, principalmente nesse dia tão especial.

Hoje é dia...

... de ver que os amigos de épocas passadas se foram e, agora, permeiam outros campos, permitindo apenas uma visualização longínqua de suas novas vidas e de seus novos amigos.

Hoje é dia...

... de rever todas as escolhas e aceitar os dois anos mais errados dessa minha vida até aqui. Os arrependimentos chegam e o perdão não. E esse é o mais difícil de praticar - por enquanto, ele não existe no meu dicionário. Talvez eu nunca perdoe certas pessoas e muitas atitudes, por mais justificadas que elas sejam. Há laços que nunca mais poderão ser refeitos e sorrisos que nunca mais poderão ser dados da mesma forma.

Hoje é dia...

... de relembrar as grandes decepções acerca das pessoas mais imaculadas.

Hoje é dia...

... de ver o grande abismo de solidão.

Se fosse-me permitida uma realização de desejo, assopraria as velinhas débeis e pediria uma borracha. Não hesitaria em esquecer tudo, mesmo que custasse-me uma ou três pessoas que tenho apreço [não mais do que isso].

E, desses agora 27, pouca coisa quero guardar.

E feliz aniversário... Para, quem sabe, os próximos anos.

sábado, 17 de novembro de 2012

Farewell Facebook

Não, eu não cometi um assassinato, não estou sendo procurada pelo FBI, CIA, equipe do Criminal Minds, CSI, ou pelo Sherlock ou Patrick Jane. É apenas um 'Porra, não quero mais!" [Ursinho TED mode on].

Sim, eu cansei do Facebook e toda a invasão que ele proporciona.

Antes de entrar no âmbito pessoal, eis algumas indagações que você, caro (a) leitor (a), deveria fazer a si mesmo (a):

1. Quanto tempo você gasta diariamente no Facebook?
2. Quanto desse tempo você realmente empregou para fazer o que queria fazer antes de de logar no Facebook?
3. Quantas pessoas você realmente queria que fossem suas amigas no Facebook?
4. Quantas confusões você já arrumou por causa de uma atualização, um curtir ou um comentário no Facebook?
5. Quanto tempo já gastou procurando um plano infalível para se desfazer daquele 'amigo' que você não quer mais no Facebook?
6. Dos amigos que você tem no Facebook, quais são seus amigos de verdade na vida real?
7. Você fez um perfil no Facebook porque quis ou porque todo mundo tem?
8. Você tem medo de ser tachado de esquisito, possível psicopata e antissocial se um dia decidir não ter mais Facebook?
9. O Facebook deixa você com tempo livre para as outras atividades?
10. O Facebook tornou-se sua vida?

Você [como eu! Aposto!], invariavelmente, todos os dias, sente vontade de ver o que aconteceu com aquela pessoa que você gosta [e mantém no Facebook] e não gosta [e, por questões morais e pacíficas, também mantém]. A primeira é prazerosa, por vezes, muito engraçada e mantém uma linha saudável de comportamento em redes sociais. Já a segunda... É tão venenosa quanto pequenas doses de mercúrio.

Há também o tempo gasto, uma espécie de feitiço, no qual você pode ficar horas simplesmente olhando para a tela com aquelas cores azuis, esperando a próxima atualização, ou aquele inbox se abrir, magicamente, para uma conversa - Oba, alguém quer conversar comigo!

Contudo, não há só ganhos, existem perdas. Com o fim do meu perfil, lá se vai metade da comunicação que tenho com muitos leitores do blog e queridos parceiros, bem como a Fã Page do CQ&Sherlock. E, claro, o contato com alguns poucos bons amigos da vida real.

Mas, aos meus leitores e parceiros, sempre tem o próprio blog e o e-mail do CQ&Sherlock, bem como o quadro de recados e os próprios comentários. Aos amigos, bem, esses sabem meu endereço, meu MSN particular [futuro Skype] e meu número de celular [nada como receber SMS!].

É isso! Eu não quero me sentir como em 1984, não quero ser  John Smith e, muito menos, parecer vigiada pelo Grande Irmão [deixa isso para o livro que estou lendo do meu querido George Orwell].

Não vou dizer que não voltarei um dia para o Fantástico Mundo Azul. Toda decisão pode ser revogada. Porém, por enquanto, é o melhor.

Documentário - Adeus, Facebook (Um pequeno filme sobre um suicídio digital)

Encontrei este pequeno documentário, de pouco mais de 11 minutos, sobre algumas questões 'existenciais' acerca do Facebook. O filme é alemão, mas possui legendas em inglês e é de fácil compreensão. O personagem vai analisando cada pessoa e cada convite [até mesmo dos pais]. E ele se pergunta: "O que realmente eu estou fazendo aqui?". Vale a pena conferir!




sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Desterro

"Diz-lhe que eu quero voltar e, de novo, na tua foz, as mãos e alma lavar. Quero voltar branca flor. Que neste desterro maldito, estou morrendo de amor." (Lua Na Lubre - Desterro/2007. trad. e adap. T.S. Frank)

Quão triste é a não adaptação a um certo lugar e nele visualizamos apenas amargas lembranças.

Voltar é uma cruel realidade - as mesmas paredes frias e as luzes amarelas e doentes ao longe. O medo dos egos, estilos de vida, críticas, invasão e incompreensão. Os sonhos tornam-se fragmentos cortantes de um futuro incerto. Os amores são veias latejantes e incômodas e cada lágrima tem o nome de alguém ou atitude.

Exílio temido e aguardado, contado dia após dias, depois de um período turbulento que ainda arrasta-se. A morte ronda, grita e assusta, enfatiza a dor e a loucura. Uma grande prisão essa vida, dessa forma - lenta, dolorida, cabisbaixa, sem propósito.

Ao olhar as ruas feias, esgotadas, cansadas, com suas pessoas vulgares, contemplo o triste fim, as cinzas de uma desumanização que já se consagrou - o teatro demoníaco - o espetáculo de nuances de sangue.

Das pessoas que conheci nesse vale, poucas são bem-vindas ou estão incólumes, brancas e inodoras, como a água cristalina que brota de fontes não mais existentes. Delas, das muitas, há sujeira por demais, escárnio, erros, maldade, ignorância, arrogância, superficialidade - são gotas de uma grande poça de lama.

Desterro maldito! Tão pálido e degradante, cada hora, cada minuto, uma agonia interminável.

Dos muitos passos em falso, dos questionamentos e da própria culpa em entregar a vida e os desejos a um bando de iconoclastas forjados no vazio, o pior foi ter caído na armadilha da sensação frágil de conforto e segurança.

Saudades da terrinha, da terrinha que escolhi (futura ou não), dos cafés e sorrisos, mesmo em lugares simples, mas verdadeiros. Saudades dos que eu adotei, saudade do sol em tom vermelho, das casinhas e sua gente nas portas, do ar e da brisa quente. Saudade do lugar o qual pertenço.

Pode ser que de lá eu apenas carregue as lembranças, mas daqui quero esquecer tudo - não há um dia que eu não me puna por minhas escolhas, mesmo muitas sendo feitas por minha inocência e acolhidas pela leviandade daqueles que vislumbraram o poder de destruição.

Desterro, minha punição! Se não morrer de tristeza, suas cicatrizes perdurarão por muito tempo - esculpidas em rostos que bem sei.