Uma lenda conta que uma mulher cigana conjurou a Lua até o amanhecer. Ela, chorando, pediu que, ao chegar o dia, se casasse com um cigano. E, do céu, a Lua cheia respondeu:
- Você terá um homem de pele morena. Mas em troca eu quero o primeiro filho que vocês conceberão.
A Lua sabia que aquele que sacrificaria seu primeiro filho para não ficar sozinho, de certo, não iria amá-lo o suficiente. Ela queria ser mãe e não encontrava um amor que a tornasse mulher.
A cigana, por fim, aceitou a oferta. No entanto não parava de pensar: "O que a Lua irá fazer com uma criança de pele?".
O tempo passou, e a mulher teve um filho tão branco como o lombo de um arminho e com olhos cinzas – este era, de fato, o filho albino da Lua.
Entretanto o pai da criança, de pele morena, amaldiçoou a aparência do recém-nascido:
- Esse não é um cigano! E isso não vou tolerar!
Pensando estar desonrado, foi até a sua mulher com faca em punho:
- De quem é este filho? Diga-me! Tu enganaste-me!
E, assim, com a morte a feriu.
Depois foi para as montanhas com a criança nos braços. E ali mesmo a abandonou.
E os antigos dizem que nas noites de Lua cheia a criança renegada está feliz. E quando ela míngua, é porque está a acalmar o choro de seu filho em um berço.
E, dessa forma, contada de pai para filho, a história do Filho da Lua perdura através do tempo.
O conto foi extraído da música do grupo espanhol Mecano. Mecano foi uma das bandas espanholas mais relevantes dos anos 80 e 90. Constituída pelos irmãos Ignacio Cano e José María Cano, com a voz de Ana Torroja. A canção chama-se Hijo de La Luna, do álbum de 1986 - Entre el Cielo y el Suelo. De fato, uma das letras mais belas da língua espanhola.
Depois foi para as montanhas com a criança nos braços. E ali mesmo a abandonou.
E os antigos dizem que nas noites de Lua cheia a criança renegada está feliz. E quando ela míngua, é porque está a acalmar o choro de seu filho em um berço.
E, dessa forma, contada de pai para filho, a história do Filho da Lua perdura através do tempo.
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