
Um chá de cozinha pode ser um objeto de estudo dos mais interessantes. É a mais vívida demostração de como duas pessoas podem ser felizes (e muito!) com a construção de uma família tradicional e que o amor conjugal existe para aqueles que têm sorte (parte importante) e uma paixão ardente que ainda não morreu no frio congelante da Sibéria.
A estrutura desse evento é basicamente assim: um clube, muito álcool, muita comida, go-go boys strippers ou um casal de comediantes gays, muitos presentes (a bola da vez é a tal da petisqueira), amigas ávidas por aquelas brincadeiras picantes, amigas doidas pela comida e as amigas das amigas da noiva.
E nesse momento eu poderia dizer - ah, vá! Quanta bobageira! Para que tudo isso? É apenas um casamento, um troço falido. Porém essa é a minha visão. Se meu conceito de felicidade não passa perto de festanças de casamento e do convívio na mesma casa, o que impede os outros de conseguirem isso dessa forma? Da mesma maneira que quero que respeitem minha opinião quanto as formas de amor, de como (não) viver juntos e dos novos conceitos de família, eu devo respeitar a alegria de uma noiva tradicional, feliz com seu casamento, com sua nova vida, seus futuros filhos, seu lar e com as muitas panelas que ganhou.
Um chá de cozinha é uma boa oportunidade para refletir sobre as dificuldades das mulheres em manter a sanidade:
1. Se casa, poderá ser: a víbora (visão da sogra); a ingrata (visão da mãe e das amigas solteiras); a desleixada (visão da sogra, do marido e das inimigas); a Amélia (visão do marido e dos amigos do marido); a boboca (visão das amigas solteiras, do marido e dos amigos do marido), a pobrezinha (visão das amigas casadas), a sortuda (visão das amigas solteiras); a boa mulher (visão da sociedade).
2. Se não casa ou/e pensa diferente sobre casamento e família, poderá ser: a fracassada (visão dos homens e das inimigas); a mal amada (visão dos homens e das inimigas); a pobrezinha (visão das amigas solteiras); a sortuda (visão das amigas casadas); a encalhada (visão da família); a lésbica (visão dos homens chutados, família e amigos); a revolucionária (visão daquele tio maluco); a independente (visão da empresa de trabalho) e a esquisita (visão da sociedade).
Ou seja, não há liberdade de escolha pura e simples para as mulheres. Um desses conceitos sempre vai ser supervalorizado pela sociedade de tempos em tempos.
Casamento é bom para quem quer e acredita nele. E essa noiva, imersa no que ela mesmo disse: "tudo está dando certo para mim", é a demonstração disso. Da mesma forma, os que não querem ou não pensam em cerimônias podem ser muito felizes.
E lógico, no estágio em que estou hoje, é difícil acreditar nessa felicidade de propaganda de margarina. Tudo bem, a vida segue. E eu comi bem para caramba nesse convescote moderno.
E, no final das contas, liberdade para casar ou não casar é título de álbum de Renato Russo - Equilíbrio Distante.
Liberdade? Você tem escolha?
O Living Apart Together - uma nova maneira de convivência
2. Se não casa ou/e pensa diferente sobre casamento e família, poderá ser: a fracassada (visão dos homens e das inimigas); a mal amada (visão dos homens e das inimigas); a pobrezinha (visão das amigas solteiras); a sortuda (visão das amigas casadas); a encalhada (visão da família); a lésbica (visão dos homens chutados, família e amigos); a revolucionária (visão daquele tio maluco); a independente (visão da empresa de trabalho) e a esquisita (visão da sociedade).
Ou seja, não há liberdade de escolha pura e simples para as mulheres. Um desses conceitos sempre vai ser supervalorizado pela sociedade de tempos em tempos.
Casamento é bom para quem quer e acredita nele. E essa noiva, imersa no que ela mesmo disse: "tudo está dando certo para mim", é a demonstração disso. Da mesma forma, os que não querem ou não pensam em cerimônias podem ser muito felizes.
E lógico, no estágio em que estou hoje, é difícil acreditar nessa felicidade de propaganda de margarina. Tudo bem, a vida segue. E eu comi bem para caramba nesse convescote moderno.
E, no final das contas, liberdade para casar ou não casar é título de álbum de Renato Russo - Equilíbrio Distante.
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