Dia quente e sem perspectiva. E pensei - se fosse permitido-me um desejo, um único que fosse, pediria um campo verde, frio e a presença de alguém que pudesse compreender apenas a minha forma de ser. Como é apenas um desejo, isso significa que, na atual conjectura, não há nada que prove que essa pessoa exista [talvez tenha morrido ou era bom demais para viver em um mundo tão catastrófico].
Não sei se tenho saudades da vida de antes, da vida de sempre. Todavia eu senti quando estava doente, pois não sabia se viveria para ver o sol cinza novamente [o velho medo da morte... O que há do outro lado? Não se sabe!].
Ultimamente tenho sentindo uma vontade imensa de dizer algumas verdades da maneira como devem ser ditas. Muita gente passou pela minha vida, disse o que queria e foi-se. E eu, como uma estúpida polida e medrosa, escutei tudo passivamente e pior - guardei.
Todos os dias é a mesma rotina - pesadelos, acordar, esmiuçar, entristecer-se, pensar, acumular e dormir.
A única coisa que ainda inspira-me é o Café Quente & Sherlock. Ele mostra que eu ainda estou viva, muito sozinha, mas ainda respirando. Pode ser o único detentor do meu amor [o amor do Camões] - a construção em palavras de alguém que sofre silenciosamente. E, quando manifesta-se, é motivo de piada, escárnio e descrédito por parte dos próximos.
Fugi, por algum tempo, da velha escrita - ela não tinha medo de ferir ninguém, do mesmo modo que 'eles' não têm medo de machucar-me. Mas do que adianta essa polidez? Essas palavras doces? Do agradar? O deixa para lá? Absolutamente nada! Faltam apenas dizer- Nasça de novo!
É mais um daqueles dias em que nada faz sentido, imagine a existência! Porém não em uma escala global. Afinal o que a falta de dinheiro prova é isso - a retirada da oportunidade de conhecer pessoas que podem mostrar que esse 'círculo regional' é o responsável por um mundo parecido com um campo de trabalhos forçados - onde só há dor, lamentação e desespero!
[não deve-se deixar a vida ter sentido somente por causa de alguém. Isso causa desgaste e uma enorme tristeza. Porém se ela parece não ter justamente por isso, então, por que não experimentar uma outra amostra?]
Um dia eu disse que queria apagar 99% das pessoas que conheci. Eu estendo esse número para uns 99,9%. Esse ano foi de erros e descobertas.
Uma das poucas descobertas boas foi saber que ajuda nos piores momentos não é algo exclusivo de livros ou de pessoas abençoadas pela roda da sorte da vida. De onde menos se espera, ela aparece. Já de onde se espera...
Não arrependo-me de nada dito e que permanece postado nesse blog - ao contrário! Gosto do meu nome - T.S. Frank. E tenho orgulho de toda a história construída até aqui. Este foi a minha voz quando ela falhou de fato, meu porta-voz, meu porto e, principalmente, minha janela para achar pessoa que sentem-se da mesma maneira como eu e estão fora da bolha multicolorida de vidas saídas de esfuziantes propagandas de margarinas.
E aos que não gostam, sentem-se incomodados com as verdades da vida alheia ou que acham que isso é muito complicado, tudo bem. Não há mais nada a dizer sem descer alguns degraus.
Hoje é o inferno, amanhã uma promessa - chuva, sordidez e dor de cabeça. Com muita sorte, apenas dormir sem pesadelos.
De fato, o que fazer para viver bem? Aceitar a solidão como uma companheira que pode trazer muitas experiências e aprendizados, quiçá até tranquilidade. Seja você, não importa o que digam. Mesmo que isso signifique, uma vez ou outra, a exposição de alguma frase no sentido "você é um (a) fracassado (a) na área pessoal.".
Oi Frank, um grito de desabafo esse teu texto, e creio que seria o de muita gente, inclusive o meu. Também gostaria de dizer umas verdades bem na lata pra muitas pessoas, mas por covardia, ou por não querer arcar com as consequências, me omito, mas a vida é assim, há momento em que, ao invés de calarmos, soltamos o verbo, e vice versa. E me sinto feliz por ter meu espaço virtual, onde vez por outra desabafo legal, independente se as pessoas vão ler ou não, mas é um cano de escape só meu.
ResponderExcluirUm abração pra ti.
Oi Ticy,
ResponderExcluirTudo bem? Gostaria de dizer que aprecio o que escreves e que és muito querida. Então, força e coragem nos infernos diários, pois eles fazem parte da jornada. Mas, avance sempre.
Beijos.
Oi T.S. Frank
ResponderExcluirÉ a minha primeira vez por aqui, mas nós temos alguns amigos em comum, como o Cheng e a Lu Sta Rita, já tem algum tempo que quero te visitar, mas sempre falta tempo, hoje vim e vi um desabafo, vc escreve muito bem! Acho que cada vez mais nos distanciamos da nossa vida e nos aproximamos do virtual, é uma coisa normal, aqui fazemos amizades muito legais, expressamos nossas idéias e somos valorizadas. Já estou te seguindo.
Bjos. Fique com Deus!
Frankinha minha amiga, esses dias eu estava pra baixo. Pensei até que morreria de um momento pro outro por conta de uma pressão alta causada por extresse. Estou vivendo dentro de um conflito familiar muito grande onde eu tenho qu ficar socorrendo os dois lados em guerra e não posso tomar partido de nenhum deles.
ResponderExcluirMas fazer o que né? A vida tem dessas coisas, olha só nos dois aqui... Conversando sobre problemas e desilusões. Mas a gente supera né? E vive, e sonha que o dia de amanhã vai ser muito melhor do que o de hoje!
Fica com Deus!
Olá, T. s..
ResponderExcluirDe fato, se formos pensar um pouco, temos muitos dias onde nossa existência simplesmente parece não fazer o menor sentido, e o grande problema é que estes dias, aparentemente, ocorrerão em todas as fases de nossa vida.
Acho que o antídoto para isso é nos concentrarmos naqueles poucos amigos que irão rir e chorar junto de nós, que jamais se importarão com nossa condição financeira e nos acompanharão por toda nossa existência; são pessoas assim que realmente fazem a diferença.
Quanto à solidão interior, ela sempre existirá, e pouco ou nada podemos fazer para aplacá-la.
Abraço.