sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Extra de 2010 - Por tudo que desejei...


Um ano difícil. Tudo bem! Muitas vezes desejei apenas uma boa conversa e uma xícara de chá com biscoitinhos polvilhados com açúcar. Também almejei uma companhia para tomar esse chá, ao estilo Miss Marple - amigo, companheiro de aventuras, da madrugada, conversa solta, gargalhadas de uma bobagem qualquer, admirador das Ciências, das Artes, da Literatura e do Cinema, aquecedor noturno, par de meia, apreciador de shows de rock clássico e hard rock.

Contudo as pessoas não vêm completas. É enxergar além e perceber as qualidades. Tudo pode estar na pontinha do nariz. E se tudo falhar? For um engano? E se sobrarem cacos? Usemos a boa cola adesiva. Nada de choro e velas. Uma boa amizade pode ficar - apoio incondicional ao amigo 1.001 utilidades. E guarde os bons momentos se não sobrar nem a amizade.

Para o alto e avante!

E como diz Nat King Cole: "Quando eu me apaixonar, será para sempre."





segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Mini capítulo III - O nascer do Sol - A chegada ao destino incerto

O trem finalmente chegou ao destino incerto e aquela foi a última parada. Ela desembarcou na estação que conservava o romantismo da década de 20. Sentou-se em um banco, jogou a mochila surrada de lado, olhou para os seus allstars e pensou - gosto deles. Ficou balançando os pés e de repente o turbilhão voltou - abandonou tudo! Porém, agora, estava leve, mesmo não sabendo se teria um lugar para dormir na noite que vinha chegando.

Ficou repassando anos de mágoas em instantes - os parentes bizarros, falta de dinheiro e a sua última investida - a gota d’água para aquela viagem insana e de última hora – Bastardo! Filho da mãe!. Ela necessitava esquecê-lo, até mesmo por uma questão de manter a própria vida.

Outra coisa que também pensou, porém com risos, foi no último emprego que mandou para o espaço junto com um colega que muitas vezes desejou uma morte violenta - Estúpido, burro, idiota, vulgar. Espero que você sofra muito, seu demônio!. Ela suportou durante algum tempo um ser esdrúxulo que considerava-se um sábio em pessoa e que para a mesma não passava de escória. O que não se suporta por dinheiro? Relembrou e riu de canto de boca.

Voltou seu olhar para as pessoas que caminhavam - flocos de algodão. Finalmente pegou a bolsa e saiu.

Rumou para o centro. Chegara a hora de procurar estadia.

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Mini capítulo II - O nascer do Sol - A viagem de trem
Mini capítulo III - O nascer do Sol - A chegada ao destino incerto

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Retrospectiva 2010 - Apresentação do balanço

E mais um ano se vai. E o caminhão de planos coloca-se novamente na estrada. Difícil mesmo é saber se os planos serão apenas planos por mais um ano.

Ontem eu estava relembrando alguns dos meus momentos em 2010. E se a minha vida fosse um Plano de Contas, o exercício terminaria no vermelho.

Comecemos pelo próprio CQ&Sherlock. Ele foi feito especialmente para entreter minha mente num período muito difícil - o desemprego, término de uma faculdade chata e desgastante e a desesperança profissional total. Um outro trabalho veio (tanto que eu tive que sacrificar o CQ&Sherlock na Copa do Mundo) e eu, mesmo com picos de profunda melancolia e crises de criatividade, mantive o Café. Confesso que não está sendo fácil postar com regularidade. A tristeza ainda dá o ar da graça. Contudo manter-se de pé já é um grande feito.

Passei em dois cursos: Física e Matemática. Não me matriculei em nenhum. Motivo óbvio - falta de dinheiro. Fiz o ENEM novamente. E cá estou eu a esperar os resultados. Todavia as chances de não cursar, caso eu passe novamente, são altas.

Problema familiares apareceram e continuam a aparecer; você, leitor (a), com certeza já passou ou passa por isso.

Fui a três shows internacionais - Scorpions, Creedence e ABBA The Show. Realizei uma porcentagem dos sonhos.

Com relação às pessoas, eu já separei diversos potes para aquelas que, no fundo (mesmo tentando não acreditar nisso), terei que guardar, pois quero preservar os bons momentos. Ainda posso dizer que foi um ano confuso e cheio de picos de sentimentos ruins - minha sanidade foi colocada à prova diversas vezes. Ontem resolvi, depois de ter ido ao fundo do poço, que o melhor é deixar a vida seguir seu curso. O tempo cura e ameniza dores. Vou deixá-lo exercer o seu papel. Quando os sentimentos são verdadeiros, nada, absolutamente nada, é forte o suficiente para destruí-los.

Os modos e estilos diferentes de vida fizeram-se presentes de maneira acentuada nesse ano. Bem, nunca estudei em escolas particulares de primeira linha, ando de ônibus e trabalho desde os quinze anos. Eu vim do interior. E hoje moro numa casa que provavelmente é do tamanho do quarto de muita gente. E como dizia Mário Quintana numa época difícil: "Eu moro em mim mesmo. Não faz mal que o quarto seja pequeno. É bom, assim tenho menos lugares para perder as minhas coisas". Não gostaria de ser sustentada completamente pelos meus pais. Um dia eu quis uma vida de estudante profissional de Física e Astronomia. Hoje, eu só quero ser uma estudante de Física e Astronomia e eu só vou conseguir isso através do suor do meu trabalho. Disso eu tenho absoluta certeza. Não quero criticar quem leva essa vida, longe de mim! Cada um na sua e o meu quadrado abrange o proletariado.

Decidi também que o que pintar de oportunidade eu agarrarei. Meu ¼ de século mostra-me que só devo abraçar causas que abracem-me também, ou seja: nada mais de ilusões. É encarar a realidade - se tudo vai mal, volte ao seu conjunto unitário.

Não sei se devo desejar Feliz Natal a todos os meus leitores (as), afinal, eu odeio o Natal. Porém vou desejar a todos vocês um 2011 tranqüilo e principalmente com saúde. O resto, clichê barato, é mais fácil de conseguir quando se tem essas duas coisas.

É que venha mais um ano! 

Happy New Year!


sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Dia de TPM: necessitando desconectar por uns três dias (PQP!)

ATENÇÃO: o texto contém palavras de baixo calão.

Puta que pariu (já começo assim mesmo), meus olhos estão ardendo até agora! Isso é o que acontece com alguém que dormiu quatro horas na noite e tinha que trabalhar às oito horas da manhã. Bem feito!

Essa minha vida anda muito desregrada, isso sim! Estou com aquela vontade insana de mandar algumas pessoas para o inferno com passagem só de ida.

Eu sempre dormi tarde. Só que eu dava sempre um jeito de compensar - uns belos cochilos diurnos. Narcolepsia era o meu nome. Só que o jogo virou, e eu estou mais para um zumbi do Romero.

E os problemas não cessam por aí. A porra da minha leitora/gravadora de DVD deu tilt e agora eu não posso ver os meus shows de rock, jazz e afins favoritos no único canto do meu cubículo onde eu realmente tenho paz.

E, para fechar com chave de ouro, eu ainda estou com uma alergia persistente nos olhos. Aquela visitinha ao oftalmologista é mais do que necessária.

Estou com uma espécie de pulga atrás da orelha. Estou possessa! Porque a minha vida é bizarra e só acontecem as coisas mais absurdas ao meu redor.

Eu já falei - se quiserem internar-me numa clínica de repouso, estou só esperando!

Tenho uma lista negra de todos aqueles que fizeram por merecer um: FODA-SE!!!!

Ah, pelo amor de Deus! Que encham o saco de outra pessoa, pois o meu já foi para o encerramento do exercício.

Estou escutando, agora, Whitesnake.

Falando nisso, eu não suporto essa síndrome do poder absoluto dos metaleiros. Muitos são uns cabeças duras de doer na alma. Não são nada expansivos e música se resume a Iron Maiden, Metallica e todos os outros "deuses do metal". Sim, que caralho de pensamento medieval é esse? O heavy metal nada mais é do que um subgênero do hard rock. E como diz o crítico do New York Times, Jon Pareles, "na taxonomia da música popular, o heavy metal é a principal subespécie do hard rock - o tipo com menos síncope, menos blues, com mais ênfase no espetáculo e mais força bruta."

[Na boa, todo metaleiro é roqueiro, todavia nem todos os roqueiros são metaleiros.]

Eu estou precisando mesmo é dormir por umas 72 horas, ou seja, desconectar-me por uns três dias para ver se essa minha irritação passa.

Dopei-me com um antialérgico poderoso e os bocejos já chegam. Ao sair do trampo, tomarei cuidado para não ser atropelada. Chegando em casa sã e salva, arrasto-me até a cama e lá mesmo fico.

E, caro (a) leitor (a), proferir palavrões, às vezes, é uma tremenda e eficaz válvula de escape. Que mal tem expressar, uma vez ou outra, um filho da mãe ou um porra, caralho...

E hoje eu estava precisando disso: aaaaaaaaaaaaarrrrrrrrrrrrrrgggggggggggggghhhhhhhhhhh!!!






quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Selos (part. IV)

Estes eu recebi do Blog Pleonasmos Redundantes.






E seguindo a tradição, vou repassá-los:

Blog do Pena
Cinemeiros News
Teoria da Vida
Musilítica e Blá, Blá, Blá
De Dentro

 
Esse outro eu ganhei dos blogs Cinemeiros News e Blog do Pena:
 
 



Repassando:

De Dentro
Calmila
Pleonasmos Redundantes
Jardim das Hespérides
 
 
 

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Recomendação Musical - John Denver

Há alguns anos, quando eu era uma guriazinha travessa e vivia no Lugar Tão Tão Distante, o que a gente tinha mesmo era a TV e uma porção de livros para ler. E foi numa dessas atividades que eu escutei pela primeira vez John Denver. O ano era 1994 e a comemoração dos 50 anos da Sadia trouxe uma propaganda ícone, com a música Perhaps Love (participação de Plácido Domingo). Confira a propaganda aqui embaixo:




A música ficou na minha mente como uma doce lembrança. Depois de algum tempo, descobri finalmente um dos cantores que hoje é um dos meus favoritos.

As canções de Denver agradam-me muito e tenho as minhas preferidas: Annie's Song, Peharps Love, Sunshine On My Shoulders, Living On Jet Plane, Looking For Space e Take Me Home/Country Roads.


Deixo aqui um texto de um grande fã de Denver (texto extraído do encarte do álbum A Song's Best Friend The Very Best of John Denver, de 2004).

A Songs's Best Friend - The Very Best
Of John Denver 

Ano 2004
David Wild – Comentário de um fã


Grandes canções nunca nos abandonam, nem de jato, nem de outra maneira.
As canções de John Denver têm feito parte de nossas vidas há tanto tempo que é perfeitamente perdoável que de vez em quando esqueçamos o quanto elas são impressionantes.

Durante grande parte da década, John Denver era o maior astro em evidência – fato que levou algumas pessoas a esnobarem e desvalorizarem suas inegáveis conquistas como artista e como homem. Está certo, Denver se tornou um superstar da mídia – adorado por milhões de pessoas de diversas gerações no mundo todo – mas... Ei...

Não vá usar isso contra ele!

Por ser tremendamente popular, por tocar fundo nas emoções e por ser um consciente cidadão do nosso planeta – basicamente, por ter o coração no lugar certo – John Denver era constantemente tido como um artista que não tinha aquele algo mais, aquele toque “hip”, numa época em que o sentimento livre de ser “hippie” dominava, chegava a ser exagerado. Certamente, Denver era o eleito do público, mas não era o queridinho dos críticos. Mas ele tinha algo muito mais do que “hip” dentro de si: era simplesmente muito bom no que fazia. Ele era country? Ele era roqueiro? Ele era do povão? Estas classificações todas se confundem e acabam desbotando, mas John Denver era, sem dúvida, único.

Como o tempo para desanuviar as ideias, agora fica claro como um riacho da Rocky Mountain por que estas canções continuam a encantar gerações. Elas tocam no fundo de corações que cresceram com a música de Denver. Elas falam de sentimentos a toda e qualquer pessoa cujo coração esteja aberto a um tipo de música desafiadora despida de cinismo. De certo modo, as canções de John Denver se tornaram um pouco daquilo que ele mais amava na natureza – coisas bonitas, coisas vivas, coisas realmente importantes.

John Denver
Foto retirada do encarte
do álbum A Song's Best
Friend The Best Of
John Denver
“Eu sempre pensei na música de John como um riacho cristalino correndo através de um rio de águas poluídas”. Diz Milt Okun, amigo de longa data e produtor de Denver, que trabalhou ao lado do artista. “Desde o começo, eu sempre achei que John dizia as coisas de um jeito muito próprio, facilmente compreendido por qualquer pessoa. Ele constantemente criava aquelas belas imagens, aquelas melodias e aqueles pensamentos, e sempre queria dizer aquilo mesmo. Ele não tinha nada de cínico ou de oportunista. Ele amava a natureza verdadeiramente e adorava as montanhas. Era uma saudável influência para todos nós. E deixou para trás um belíssimo legado musical.”

Infelizmente, Henry John Deutschendorf, nascido em Roswell, Novo México (USA), em 31 de dezembro de 1943, partiu cedo demais. Faleceu em 12 de outubro de 1997, com apenas 53 anos, ao sofrer um acidente pilotando um avião. Mas a música de John Denver ainda está bem viva.*

“Acho que não há dúvidas de que as canções de John ainda serão ouvidas por muito mais tempo.”, diz Milt Okun. “Em todo lugar que vou, percebo que, quando se fala de John, as pessoas ainda sabem e amam suas canções. E pelo que eu sei das vendagens de partituras, livros instrumentais/songbooks, posso afirmar que as pessoas continuam querendo tocam estas canções. A maioria delas são simples e diretas, mas trazem um toque mais apimentado, original e surpreendente nas melodias, assim como também, com toda certeza, nas letras. Conheço pessoas que compram o mesmo songbook mais de uma vez. Então, dá pra ter a certeza de que sua música – suas canções – vão continuar pulsando nas veias de todo o país. Estas canções fazem parte de nós – estão na trilha sonora de nossas mentes." 

John Denver fazia questão de tocar para o povo. “O prazer de John vinha do fato do público gostar do que ele fazia. Eu mostrava para ele uma fita gravada de um coral de colégio entoando uma de suas canções e isso lhe dava mais prazer do que ter um novo sucesso nas paradas da revista Bilboard. John gostava especialmente de ouvir as crianças cantando suas músicas. E ele adorava cantar para as crianças. É claro que ele adorava cantar para qualquer público. Ele adorava cantar – simplesmente o ato de cantar, este ato de dar e receber. Era isso que fazia dele o Melhor Amigo da Canção."
John Denver
Foto retirada do encarte do álbum A Song's Best
Friend The Best Of John Denver
Denver teve a sorte de saber o quanto as pessoas gostavam de sua música – de saber que tinha deixado sua marca. Em 1996, apenas um ano antes de sua trágica morte, ele disse ao jornalista Lou Carlozo do Chicago Tribune: “Eu tenho cinco ou seis canções em todos os bares de karaokê do mundo.”

É claro que John Denver conquistou significativamente muito mais que isso. “Meu objetivo quando canto é passar a alegria de viver o que sinto.”, explicou ele certa vez. E isto foi certamente o que conseguiu em sua vida. Era o tipo de homem que olhava bem de perto para as coisas que achava mais bonitas no mundo e comunicava essa beleza ao resto de nós. Ao escrever e cantar sobre estas coisas com tamanho amor e incontestável talento, Denver conseguia trazer à tona a beleza de sua própria natureza.

Talvez agora, em pleno século 21, John Denver possa finalmente ser visto e ouvido com mais justiça – não apenas como mais uma sensação pop mundial, mas como o artista importante e de valor inesgotável que sempre foi. “Pra fala a verdade, eu nunca esperei que John fosse se tornar tão popular.” Confessa Okun sobre seu velho amigo, sem esconder uma risada. “Assim que o conheci, achei que ele era um bom cantor do povo. Todo o seu sucesso pop me deixou estupefato. E hoje eu ainda acho que ele é um cantor popular muito, muito bom, que fala de temas de apelo universal, com uma mensagem de vida positiva. Para mim, a música de Denver representa o que há de melhor na arte.”


* Segundo o livro John Denver: Mother Nature's Son, de John Collis, John Denver foi preso por dirigir alcoolizado duas vezes e que possivelmente estava pilotando ilegalmente o seu avião quando morreu. 


John Denver
Foto retirada do encarte do álbum A Song's Best
Friend The Best Of John Denver

***










Fontes: 

E-book John Denver: Mother Nature's SonJohn Collis, 1999, ISBN 9781780573304
Encarte do álbum A Song's Best Friend The Very Best of John Denver, de 2004

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Das incertezas

O céu está limpo e as constelações estão presentes, porém a madrugada é gélida. E uma certa angústia paira em mim. É como estar em slow motion, num filme cinza com um nevoeiro melancólico.

Falta algo. Minha vida é uma sequência de incompletudes e incertezas. Doar-se é uma palavra quase extinta porque ela é o êxtase da certeza, da convicção, do amor, da amizade e da cumplicidade.

Tenho sono e gostaria de dormir por muito tempo. Uns cem anos talvez.

E esse sentimento sufocante de impossibilidade transforma meu taciturno filme em um complemento de Ingmar Bergman, com todas aquelas análises sobre o ser humano.

Nesse exato momento pode ser o começo do fim, o começo do novo ou o mesmo de sempre com uma ponta de devaneio. Quem vai saber?

Nesse instante eu sei; sei o que acontece, sei o que se passa... Imagino. E isso me dói.

Estão a esperar-me muitos livros, alguns documentários e filmes. Uma boa ocupação. Na verdade, uma simples e prazerosa atividade. Sim, devo voltar aos meus velhos amigos que, assim como lordes ingleses, são cultos, elegantes e gentis.

Por que cegamos-nos? Por quê? O óbvio faz-se tão presente que é quase um paradoxo não enxergamos o mesmo. Porém, criaturas como eu, temos a mania de, mesmo com todo o negativismo impregnado, guardar num certo baú a esperança e a fé nas pessoas, mesmo que tudo corra na direção contrária, arranhando e mostrando a realidade.

Difícil mesmo é passar dessa fase e voltar a tranquilidade. Sempre que nosso mundo de ilusões cai, o que sobra mesmo é a depressividade e aquela velha pergunta de divã vermelho: "vou, um dia, recuperar-me?".

E quando essa inevitável hora chega, o que mais precisa-se é de cama macia, Luar Na Lubre, biscoito e leite.

E essa hora está chegando para mim. São os primeiros sinais que eu vejo (fora os que já foram dados e eu não vi) e que levam-me a esse caminho descrito.

A realidade pode ser vil e cruel. Todavia, quando estou em meu mundo paralelo, os sentimentos são intensos - cada momento, cada minuto - sem piedade, sem rancor, sem dúvida e sem dificuldade.

E mesmo que sangre por muito tempo, não me arrependo.

Só resta o tempo fazer sua parte - em silêncio e devagar...

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Então... É Natal! Aaaghrrr!!!

É a época mais comercial do ano e também a que mais detesto. Ora, esqueceram-se complementante que é tempo para comemorar o nascimento do Messias e não a chegada do Papai Noel e as renas trufi-trufi.

Lembro-me bem quando assistia ao desenho dominical Histórias da Bíblia (que passava no SBT). Ele sim tinha todo o sentido do espírito de natal, o espírito do "bem fazer." Era simples, porém coerente. Não havia esse fru-fru de bolinhas vermelhas e meias com fios de ouro. O sentido do Natal (e outras comemorações católicas) se fazia presente através dele próprio.

O Natal de hoje só serve para lembrar-nos das condições materiais uns dos outros - ricos tem ceia, pobres assistem ao especial da Xuxa e imaginando o quanto seria bom ter uma mesa farta e presentes para dar aos filhos e a família.

E, nessa altura, Advento que é bom? Nada. Os abastados preocupam-se se os trâmites da ceia (o peru e o leitão a pururuca) estão fluindo. A questão é: agradar aos convidados. E as crianças riquinhas, mimadinhas e rosadinhas (isso não é culpa delas) ficam imaginando as tais renas flutuando pelo céu, trazendo ipods, celulares, notebooks e Wii (tudo é modernidade... Quem precisa cantar Noite Feliz se temos um high-tech Jingle Bells?). E a classe média B, C, pobres e etc preocupam-se em gastar o 13º terceiro em presentes - então é Natal!

E quem fez uma doação (livre de publicações em jornais e peso na consciência - "é meu dever") antes de tudo isso?

E não pensem que aqui está um discurso somente socialista. Ora, se tudo é ruim, fique com o menos pior. Porém não há sistema econômico que impeça as pessoas de celebrarem o verdadeiro espírito do advento. Elas fazem isso porque simplesmente não dão a mínima se foi Jesus ou o carinha barbudinho que nasceu no dia 25 de dezembro (a data que foi carimbada pela Igreja Católica). Importante mesmo é festejar a hipocrisia.

Até mesmo minha bebida favorita, Coca-Cola, sofre um baque nesta época: odeio aquela musiquinha - tan, tan, tan, tan... Espalhe essa magia... Isso me dá calafrios.

É por essas e outras mais que o ano para mim começa só em abril. Não que eu goste dos acontecimentos normais, entretanto é mais fácil sair da rotina quando todas essas festividades fakes passam.

Eu sou da turma do Grinch. E ponto final.