quinta-feira, 18 de abril de 2013

Curta de Animação - Mickey & Friends - The Band Concert/1936/ Walt Disney

Bem, por esses dias, estou a apreciar os grandes curtas de animação que fazem parte da história do cinema e da vida dos nossos avôs, pais, tios e da nossa vida também.
A denominação Curta de Animação pode parecer estranha ao primeiro contato, porém, caro (a) leitor (a), garanto que você já viu muitos, até mesmo os mais renomados e premiados com o Oscar. Acompanhe esta nova categoria do CQ&Sherlock e delicie-se!


Mickey & Friends - The Band Concert/1936/ Walt Disney

Um dos meus favoritos. Assistia pela manhã, lá no sertão de Meu Deus...

De 1935, trata-se do primeiro em que Mickey está colorido (usando o processo 3 da Technicolor, a marca norte-americana pertencente à Technicolor Motion Picture Corporation, responsável pela coloração dos filmes até a década de 60). É um dos mais lembrados e aclamados curtas da Disney, deixando um grande legado para os profissionais do Cartoon. Ocupa a posição #3 na lista dos 50 Melhores Cartoons de Todos os Tempos. Foi produzido pela Walt Disney Productions e lançado pela United Artists. The Concert Band foi dirigido por Wilfred Jackson e contou com música adaptada por Leigh Harline. O único personagem que fala no filme é o Pato Donald, voz de Clarence Nash.

MÚSICA CLÁSSICA: posso dizer que as crianças de antigamente tinham muita sorte, pois podiam contar com desenhistas e toda uma equipe que acreditava que música clássica deveria ser absorvida ainda na infância. Assim como em muitos desenhos do Pica-Pau (Walter Lantz) e Tom & Jerry (Hanna-Barbera), a Disney caprichava nas adaptações de composições de grandes nomes do mundo erudito para suas histórias. Em The Band Concert temos a magnífica e vigorosa obra de Gioachino Rossini - Guillaume Tell. Guillaume foi escrita a partir da peça Wilhelm Tell, do dramaturgo alemão Friedrich Schiller, esta baseada na lenda de Guilherme Tell. No curta temos a apresentação da parte mais famosa da Ópera: a Overture. Esta tem quatro passagens, cujo final famoso é muito utilizado nas sonoplastias: prelude - uma passagem devagar, começando com cinco violoncelos; tempestade - uma seção dinâmica tocada por toda a orquestra; Ranz des Vaches - protagonizada pelas trompas inglesas; final - passagem ultra dinâmica que lembra um marcha de cavalos feita por trompas e trompetes e tocada por toda a orquestra [uma dica: veja a regência do grande maestro austríaco (e meu maestro favorito) Herbert von Karajan para Guillaume Tell aqui].

OUTRA MÚSICA: a partir do momento 04:00 até o 04:09 do cartoon, a obra de Rossini é substituída momentaneamente pelo instrumental da conhecidíssima Streets Of Cairo/The Poor Little Country Maid (no popular: Música do Encantador de Serpentes).

A Banda

Mickey Mouse - Maestro
Pateta (Goofy) - Clarineta

Cão sem nome (Unnamed dog) - Trombone
Clarabela (Clarabelle Cow) - Flauta
Horácio (Horace Horsecollar) - Percussão
Peter (Peter Pig) - Trompete
Paddy (Paddy Pig) - Tuba

Ficha Técnica

Dirigido por Wilfred Jackson
Produzido por Walt Disney
Vozes por Clarence Nash
Musica por Leigh Harline e Gioachino Rossini
Animação por: 
Johnny Cannon
Les Clark (Mickey Mouse)
Ugo D'Orsi
Frenchy DeTremaudan
Clyde Geronimi
Huszti Horvath
Dick Huemer
Jack Kinney
Wolfgang Reitherman
Ward Kimball
Milt Kahl
Archie Robin
Louie Schmitt
Dick Williams
Roy Williams
Cy Young
Esboços:
Hugh Hennesy
Terrell Stapp
Estúdio: Walt Disney Productions
Distribuído por United Artists
Data de lançamento: 23 de fevereiro de 1935 (USA)
Processo de coloração por Technicolor (3-strip)
Duração: 9 minutos
País: Estados Unidos
Língua: Inglês






Laranja atômico

São dias amarelados, débeis, frágeis e insossos. O mesmo filme e as mesmas atitudes. Apenas algo mudou - a condição de interesse.

Os rostos, antes observados, esperados, despertadores de sentimentos misteriosos, caíram no profundo abismo do ostracismo.

O café não tem mais o mesmo gosto, o chá está morno. As horas passam, dias passam, pessoas passam.

Talvez seja apenas o sinal do cansaço, da idade, dos círculos quebrados, das rotinas desfeitas.

Vejo-me em uma casa de madeira, no meio da floresta, sem material humano, sem esperanças e nem desilusões. Os raios de sol queimam suavemente, a água cai, o verde brilha esfuziantemente e notas estremecem o ar.

O tempo mudou.

E tudo de antes se perdeu.

Minha face, minha alegria, meus amores.

E não há nada além de um horizonte laranja atômico.