segunda-feira, 4 de março de 2019

O ritmo da chuva

Dan Fogelberg Live Greetings from the West/1991
Se eu fosse você... Escutaria esse álbum. Tem no Spotify.
Eis que são dias de carnaval. As pessoas passam, cantam, deslumbram-se, tingem-se de luz e alegria. Encontram seus amores de um para sempre que durará uns três dias. E sim, a vida é dessa maneira a cada novo ano, enjoativamente colorida.

Observar tais acontecimentos é um belo exercício para a imaginação. O que será que aguarda essas pobres almas após a quarta-feira de cinzas? O choque da desilusão cotidiana, provavelmente. Entretanto se o mundo fosse feito apenas de realidade, não existiria a Arte, nem a Literatura e muito menos o Cinema. Não haveria poesia, nem cancioneiros apaixonados, muito menos a esperança solitária daqueles que esperam os navios retornarem, dia após dia, das longas jornadas pelo mar.

Viver é demasiado espinhoso para contentar-se somente com o que os olhos podem enxergar nos dias claros ou mesmo naqueles escuros delimitados por uma luz que projeta-se no quase nada. Não condeno o Carnaval, porém prefiro tê-lo ao meu próprio modo, em um ritmo de chuva que traz o frio, boas xícaras de café e gordurinhas que derretem no verão.

E essa passagem deixou o ato de escrever um pouco letárgico. Talvez seja uma falta passageira de vontade que retornou por um breve momentos ao escutar o Dan Fogelberg ao vivo.

Contudo não se engane! Há muito a dizer para aqueles que ainda querem e estão por perto, de alguma forma.

Por enquanto... Fico com as notas macias e diamantadas das gotas de chuva.