sábado, 26 de julho de 2014

Perdas & ganhos

"Qualquer maneira de amor vale à pena
Qualquer maneira de amor vale amar
Pena, que pena, que coisa bonita, diga
Qual a palavra que nunca foi dita, diga
Qualquer maneira de amor vale aquela

Qualquer maneira de amor vale amar
Qualquer maneira de amor valerá" 

(trecho da música Paula e Bebeto de Milton Nascimento e Caetano Veloso)


Há tempos não escutava tantas músicas boas no rádio. Pudera! Quase madrugada.

Reza a lenda que somente os fortes sobrevivem ao sonífero que o véu da noite faz flutuar no ar e, assim, os insones conseguem ouvir o silêncio na forma de um canto suave e o cheiro enebriante desse tempo transforma palavras soltas em verdadeiros saraus.

Foi-se James Taylor com Fire & Rain e lembrei-me de tempos de esperança, olhos azuis e uma vida que transformei em notória em meu próprio pensamento.

Rémy mordendo ao mesmo tempo comidinhas de
naturezas distintas - Nhami! Uma explosão de sabores!
Cena de Ratatouille/2007
Foram-se Rod Stewart e tantos outros que gosto. Por alguns bons minutos pensei: que gosto tem a boa música? Revitalização posso dizer, uma mistura talentosa de vida, assim parecida com as explosões de ideias que Rémy [Ratatouille] teve - juntando comidinhas de naturezas distintas .

E, nessa mescla de notas e sabores, eis que surge Milton Nascimento com Paula & Bebeto

Escutei atentamente. E foi aberto um pequeno livro com uma história por muito tempo inerente ao meu próprio ser. Muitas vezes senti não só vergonha das páginas que descreviam o que muitos chamam de bobice, porém, também, da fragilidade e incompreensão que compunham ainda mais folhas. 

Das últimas, tratei com fé [ainda permaneço na estrada da perseverança].

Há épocas com curvas sinuosas e cheias de dor. Uma dor que transforma e diz muito mais do que conselhos esquematizados. É o ritual das lágrimas da verdade. E este brilha como uma agulha de ouro em tempos que retalhos podem, com força de vontade, formar uma bela colcha de aprendizado e nova vida.

Contudo e a tão famigerada "bobice"? Transformou-se em amor sucateado [duro escrever A-M-O-R em certas situações - é o agoniante som do vidro arranhado por diamante, é despir-se no frio, quase uma violência].

E qual é a sensação do fim? O fracasso? Talvez. Mas os fracassos são bilaterais. Não há culpa solitária.

Amargo é o sabor do vazio preenchido pelo
orgulho ferido, o nó na garganta e o abatimento. É trabalhoso reconstruir-se e voltar a acreditar que as boas sensações podem alcançar a alma.

Porém continuar é fundamental. Marche, vida! Marche!

Sim, todas as formas de amor valem à pena, até mesmo as unilaterais, cheias de conflitos e mágoas.

E também são justas [essa dou crédito ao Lulu Santos].

E as engrenagens da minha própria história movem-se. 

Não é, ainda, a permuta das estações. Entretanto, para agora, busquei proteger-me dos respingos de outonos promissores que apenas prenunciavam um rigoroso inverno de solidão.









sábado, 19 de julho de 2014

Nebulosa Estelar

"Era uma vez um raio de luz. O raio de luz viu uma Drag Queen e desejou brilhar tanto quanto ela. Mas ele só brilhava na cor dourada, muito outono. Ele queria ser primavera. Sendo assim, teve, um dia, uma grande ideia: comprou purpurina de todas as cores. Jogou, fez chover e uma atmosfera de pó cintilante se fez: era o nascimento de uma nebulosa estelar."


T. S. Frank

Anjo de neve: a Sharpless 2-106 é uma belíssima região de formação
de estrelas localizada a aproximadamente 2 mil anos-luz da Terra.
A poeira cósmica e os gases criaram uma nebulosa que lembra um
“anjo de neve”.
Conhecendo um pouco de Astronomia...

Nebulosa

Matéria interestelar é toda matéria existente entre as estrelas. Sua concentração é da ordem de um átomo por centímetro cúbico, em média. Aos gás formado nesse espaço se juntam partículas sólidas, em geral denominadas poeira cósmica. Os gases são constituídos de hidrogênio atômico ou ionizado, de grãos sólidos, de partículas sólidas mal conhecidas, responsáveis pela extinção e polarização interestelar. A matéria interestelar aparece brilhante ou obscura, muito densa ou tênue. Forma imensas nuvens que são facilmente detectáveis aos telescópios ou astrógrafos* sob forma de enormes nebulosas brilhantes, como a Nebulosa de Órion, ou escuras, como o Saco de Carvão. As nebulosas podem ser:

1. Nebulosas planetárias: apresentam-se com camadas gasosas esféricas, que envolvem uma estrela quente. Seus aspecto é esverdeado, o que faz lembrar os planetas longínquos, que deram origem ao seu nome.

2. Nebulosas obscuras: o seu aspecto obscuro é facilmente perceptível quando em contraste com nebulosas brilhantes. Parecem sem proto-estrelas*, o que faz supor que sejam pontos de condensação no interior das nebulosas difusas. Pela dificuldade de estudo, sua natureza é bastante duvidosa e contraditória.

3. Nebulosas difusas: foram as primeiras a serem observadas. Apresentam-se como o espectro das nebulosas planetárias.

(Fragmento extraído de O Livro de Ouro do Universo do astrônomo brasileiro Prof. Doutor Ronaldo Rogério de Freitas Mourão. Editora Ediouro, 2000, p. 355-356)

Glossário 

*1 - Astrógrafo - um astrógrafo (ou câmera astrográfica) é um telescópio projetado para a Astrofotografia. Geralmente são usados ​​em estudos do campo extenso do céu noturno, bem como a localização de objetos como asteroides, meteoros e cometas .

*2 - Protoestrela (de acordo com a reforma ortográfica de 2013) -  é o resultado do colapso de pequenas nuvens (surgidas da fragmentação de grandes nuvens moleculares que sofrem com a sua própria gravitação) que possuem massa suficiente para formar uma estrela.

Fontes

Discovery Imagens Hubble

O Livro de Ouro do Universo/Mourão
Como as estrelas se formam? EAD - Astrofísica Geral - Observatório Nacional
Bicho papão da reforma ortográfica, entenda o Hífen - Gazeta Online