Cena de Sabrina - Sabrina e Linus dançam ao som de How Can I Remember, que foi composta por John Williams e interpretada por Michael Dees. |
- Você tem alguma objeção?
- Objeção? A você? Olhe para você! Eu achei que uma brisa adorável havia passado pela casa toda.
- Mesmo que essa brisa... Venha diretamente da casa em cima da garagem?
- São os anos 90, Sabrina.
- É o que eles dizem.
(Sabrina/EUA/1995)
Visualizo uma grande festa justamente dessa garagem, pendurada em cima de uma árvore, sorrisos ecoam, taças de espumantes brilham e borbulham, encontros com amantes secretos fazem-se e os convidados rodopiam felizes.
Sou a estrangeira, a criadagem, a filha do chofer, cujas únicas riquezas são os sonhos e devaneios, juntamente com uma pilha de livros.
Mas espere...
Eu não sou a Sabrina de Sydney Pollack, não foi-me oferecida nenhuma oportunidade em Paris e não há nenhum Linus Larrabee para dizer-me que sou uma brisa adorável...
Hoje escutei How Can I Remember na voz de Michael Dee e chorei compulsivamente.
Eu não sou a Sabrina de Sydney Pollack, não foi-me oferecida nenhuma oportunidade em Paris e não há nenhum Linus Larrabee para dizer-me que sou uma brisa adorável...
Hoje escutei How Can I Remember na voz de Michael Dee e chorei compulsivamente.
Derramei um rio e desemborquei na solidão.
Maldita ilusão! Maldita ilusão! Eu poderia quebrar milhares de objetos na parede e gritar e gritar como uma ensandecida. Bem depois eu teria uma febre emocional e meu trágico fim seria a morte por exagero de sorvete com leite.
Maldita ilusão! Maldita ilusão! Eu poderia quebrar milhares de objetos na parede e gritar e gritar como uma ensandecida. Bem depois eu teria uma febre emocional e meu trágico fim seria a morte por exagero de sorvete com leite.
Estou anestesiada e entorpecida.
E quando a soturna verdade for marcada em minha face, irei sobreviver? Eu que cheguei tão perto, tão perto? Ou terei que esconder minhas lágrimas e esperar todos saírem para finalmente extravasar minhas dores?
Há um ano sinto-me a própria Eleanor Rigby da música dos Beatles.
E quando a soturna verdade for marcada em minha face, irei sobreviver? Eu que cheguei tão perto, tão perto? Ou terei que esconder minhas lágrimas e esperar todos saírem para finalmente extravasar minhas dores?
Há um ano sinto-me a própria Eleanor Rigby da música dos Beatles.
E agora eu também assumo minha condição de filha do chofer, aquela que observa todos ao redor crescerem e conquistarem o amor dos Larrabees.
Que post fantástico T.S.
ResponderExcluirGostei do seu blog e da sua forma de escrever...
estudas na UFMA? eu vou estudar lá tbm este ano, feri jornalismo...que curso vc faz? estou ind para Imperatriz esta semana.
Podemos ser amigas? vou precisar de uma quando chegar, não conheço nada aí...ahaha
Bjôs, seguindo teu blog, segue o meu tbm?
O que não da pra acontecer é ficar eternamente em cima da casinha observando a festa acontecer.
ResponderExcluirChega um momento que descemos da casa e vamos pra festa e se bobiar, faremos esforço para ser o protagonista da festa. Mesmo q isso leve tempo e nao agrade algumas pessoas.
E isso é algo q eu admiro nos romanos. Enquanto os gregos eram teoricos, os romanos eram praticos, colocavam a mao na massa, e mesmo depois de derrotas nunca desistiram de tentarem.
;)
Bjss
http://www.estilodistinto.com/
T. Scherlock Frank!
ResponderExcluirJá tive alguns 5 anos de filha de chofer sim! Depois de tanto perder tempo, se é que pode se dizer assim..., afinal tudo pode dar certo, mesmo que pareça que está dando errado... decidi por fim entrar na festa. Não fui convidada? Entrei de penetra. Nada que um bom vestido, boca calada e alguns risinhos não façam a gente parecer a atração principal do evento!!! Tudo na metáfora, claro!
Abração e ótima semana!