Cheguei aos 36 sentindo-me em um mar revolto e conflitante de existência. E quase todos os dias eu percebo que meu rosto derrete como cera quente. Nada basta-me e tudo falta-me. O disforme impera e todos parecem desinteressantes. Não fossem as questões financeiras, preferiria o isolamento. E é muito difícil detalhar essa estrada até aqui.
Fui vítima de abusos, críticas e gaslighting. E foram alguns anos nisso e, curiosamente, longe de um relacionamento cotidiano ou mesmo sério. Alegoricamente, é como ser assombrada por um fantasma que sempre está ao redor. Ou sendo enfática: eu vi o mal encarnado que disfarça-se para a família e amigos.
Uma visagem é algo que muitos dizem que é puro fruto da imaginação. Assim também é o comportamento de um homem nas sombras. Você sempre será aquela que, incrivelmente, despertou o pior dele, pois poucos viram o outro lado dessa Lua ou mesmo o Mr. Hyde que esteve à tona. Tem-se então somente a figura bucólica do atormentado e bondoso Dr. Jekyll.
Anos e anos de Holmes e Poirot não contribuíram apenas para minhas pesquisas historiográficas. Com a ajuda do Google e algumas táticas, é como consultar o Oráculo de Delfos. E não há assombração no mundo que cubra-se por completo se há uma mãe que tende a escrever preces em ambientes virtuais. O quebra-cabeça é muito fácil de montar depois. E assim eu pude ver o histórico quase que inteiro, gratuito e público de um HOMEM MUITO PROBLEMÁTICO, contudo... Que, aos olhos dos pais, é um bom rapaz que apenas perdeu-se (Deus sabe onde!) numa bolha ou pedestal em que sempre foi colocado.
Como as famílias desses homens são cegas! Ou seriam apenas enganadas? Quantos papéis eles podem executar com a perfeição digna de um prêmio? E pergunto-me se eu fui a vítima ou uma dentre muitas delas. Quantas existem? Quantas ainda pensam que é um homem apenas perdido? E... Por que as mães e pais de filhos problemáticos adultos acham sempre que eles são essas criaturas em uma eterna adolescência?
Eu poderia fazer um daqueles bilhetes anônimos com recortes de jornais e revistas e causar uma grande confusão. De vez em quando eu pego-me rindo, porque se há uma coisa que essa pessoa não deve saber, é que o seu nome completo (falta apenas o CPF) está em vários canais de oração do YouTube, em que há relatos até mesmo das universidades que não completou. Porém, foda-se! Se querem continuar com suas súplicas em prol de um psicopata narcisista, o problema não é meu!
Só que... É sempre bom ter cuidado, Mr. Hyde! Você não pode ocultar-se por inteiro. Seu histórico familiar e problemático estará sempre à disposição: desde aquele parente muito próximo que cometeu um crime digno de primeira capa de jornais locais até pedidos de intervenção divina para sua dita confusão existencial.
E a vida é mesmo um mar de loucura: cheia de atores!
Ás vezes parece que somos os únicos a perceber que "eu vi o mal encarnado que disfarça-se para a família e amigos", e me pergunto se ou outros não vendo as ações e palavras erradas, e ainda me questiono se não estou enganada...
ResponderExcluirQuerida Fátima, a sua pergunta é a mesma minha e a de muitas como nós. No final, somos a Paula do Gaslighting de 1944: ou seja, a vida imita a arte! Beijos***
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