sábado, 7 de abril de 2012

Amor cataclísmico

E naquele momento não foi dito absolutamente nada. Havia tantas coisas para dizer, conversar, colocar os pingos nos 'is'. Uma madrugada, horinhas... E um amanhecer que para um era bonito e para outro, hmm, mais coloridos já existiram (era a tristeza por tomar conta, um vazio imenso...) Um Quintaninha dizia: Amizade: quando o silêncio a dois não se torna incômodo. E o outro: Amor: quando o silêncio a dois se torna cômodo. (e sobre a ressalva da primeira parte - ao menos amizade?)

Há seres humanos tão frágeis, solitários, feridos e medrosos que o velho conselho do 'curtir o momento' não tem validade em um mundo devastado.

[onde se escondeu a alma inquieta da juventude que ansiava por loucas histórias?]

Por que o verbo amar pesa tanto? Pergunto-me se podei meu próprio expressar de sentimentos quando confessei para algumas pessoas esse doce devaneio e delas obtive não um consolo ou um afago e sim recriminações com palavras duras e cortantes professadas de suas lâminas afiadíssimas.

Diz o, muitas vezes mal usado, 1 Coríntios 13 4-5O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita o mal.

Sim, o amor é sofredor, muitas vezes sadomasoquista e lágrimas jorram todas as noites como uma forma de expiar a culpa pela própria ingenuidade. Para tornar-se benigno é necessário um exercício diário, uma voz interior que diz - "deves superar seus medos". Não é invejoso (em certos momentos) quando se está de igual para igual e desarmado. Aqui há um ponto de discórdia - seria mesmo o amor não leviano? Talvez, leitor (a), você já tenha sido (ou está sendo) a pessoa mais imprudente do mundo - indo contra todas as evidências, todos os conselhos - só porque este sentimento sem razão de ser não o (a) deixou refletir e exerceu o poder do desejo, mesmo que sejam apenas momentos (e são estes momentos que martelam na sua cabeça e tornam-o (a) prisioneiro (a) de muitas quarentenas). Soberba, indecência e interesse não combinam com amor (a isso dá-se o nome de golpe!). Irritar-se é algo corriqueiro e suspeitar o mal já é um sinal de alerta: caia fora enquanto é tempo (e a isso dá-se o nome de psicopatia.)!

É um mundo com tantos sóis (copiando descaradamente Brothers In Arms) e tantas diferenças que amar alguém, mesmo sendo uma pessoa indiferente a todas as demonstrações, não deve ser encarado como fraqueza, ingenuidade ou insanidade. Guarde tudo em uma caixinha e conte apenas para as pessoas certas [não perca as esperanças, elas existem! Eu sei que existem!]. 

Por ora, é bom lembrar - eu me mantive vivo (a) em meio a sombras e uma vida turbulenta porque, apesar de só existir abismos ao redor, uma força estranha segurava-me, dizendo para eu ter esperança... 

10 comentários:

  1. Aplausos ! Sua volta foi em grande estilo . Amei a noticia :)
    Lu :*

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  2. Miga, tudo bem?
    Que posso dizer de teu texto, que está bem-escrito.
    Que posso dizer do amor? Quase nada, amiga...
    não sei explicar o inexplicável, a única coisa que penso é que o é uma completude de alma.

    Se me permites, vou te indicar um link de uma blogueira, nova amiga, Luciana Santa Rita, que está justamente com uma postagem onde ela "disseca" o amor, talvez seja interessante para tu leres, nem que seja apenas por curiosidade, tenho certeza de que ela retorna comentários, o que pode ser interessante também que ela leia teu texto, o link dela é:

    http://lucianasantarita.blogspot.com.br/2012/04/e-esse-amor-que-nao-encontra-o-seu.html#comment-form

    Beijão, miga! Te cuida, tá bom?
    Qualquer coisa, me fala!

    Feliz Páscoa para ti e os que te são caros!

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    1. Olá, querida miga Cissa! É o amor é inexplicável! Obrigada pelo elogio, você é um amor! Vou lá ler o texto de Luciana! Beijooos!

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  3. Ora pois pois, não imagina minha surpresa ao ter um certo comentário para moderar no Insanidades.
    A Frank voltou, no momento não tenho tempo ~condições físicas~ pra ler esse post e alguns anteriores que já escreveu.
    No entanto, não pude deixar 'passar batido' sua volta ao blog Frank, e como deixa-me feliz ao perceber ~erroneamente ou não~ que não desistiu do Café Quente.
    Nessa vida de blogosfera, é tão complicado achar um café quente. No máximo uma gin tônica sem gás.
    Mas isso é papo pra outro comentário, seja bem vinda pelo Insanidades.
    Mais tarde retorno e comento de forma mais 'digna'
    ;*

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    1. Olá, querida Cacau! Pois, não posso abandonar o meu querido Blog, tem muito de mim aqui, 2 anos e pouco de trabalho, de escritos e principalmente, não posso abandonar meus queridos leitores (as)! Beijooos!

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    2. Muito bom saber que voltastes.

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  4. Não acho que um amor deve ser sofredor. Se alguém te ama, poderá te fazer sofrer em algum momento, por meio de alguma palavra mal dita, de um gesto. Mas para isso existe arrependimento, perdão e o que salva tudo: o amor. Claro que há coisas imperdoáveis, mas as pequenas coisas podem ser perdoadas em nome dos sentimentos. Evidente que tememos esses momentos, de sofrimento, de possível rejeição mas... viver é um risco e temos que tentar. Talvez erremos, perdoemos demais, acreditemos em quem não deveríamos, mas tudo isso são experiências que devemos ter. E talvez também ouçamos muitas recriminações. As pessoas são cruéis quando o assunto é a vida alheia. Não se deixe abater por isso. Em algum momento, essas mesmas pessoas que lhe magoaram também se sentirão feridas. São as leis da vida, acho!

    Abraços!

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    1. Olá, querida Roseane! Que bom te ver por aqui! Então, mas há tantas formas de amar, assim como existem pessoas sortudas que têm a reciprocidade. Lembro-me quando li Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco, e a personagem que me chamou a atenção foi justamente Mariana (e não o casal central). Ela sabia que Simão nunca poderia amá-la, porém não sufocou este sentimento e continuou em sua luta silenciosa, pronta para ajudá-lo e acolhê-lo quando fosse preciso. Claro, estou falando daquela geração portuguesa romântica ao extremo, do morrer por amor mesmo. Mas é só uma pequena comparação. Há de se passar por esse sofrimento e tirar uma lição, um aprendizado. Como cê bem disse, viver é um risco - e como é! Talvez eu esteja padecendo pelo aprendizado da vida, pois é necessário. E você disse outra coisa muito boa - o amor salva! Como no romance do mesmo autor que citei - Amor de Salvação. Sinto que hoje as pessoas já usaram tanto o 'eu te amo' de forma tão banal que os mais tímidos e puristas ficam com receio de professá-lo (admiro essa geração romântica que transforma a dor de amar em algo divino para gerações futuras). Espero que um dia tudo isso possa mudar.
      Beijooos!

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  5. Boa tarde, T.S. Frank.
    Excelente texto, moça; o amor é tudo isto que colocastes e muito mais, ele é teimoso, cego, surdo, burro e indomável.
    Tudo o que podemos fazer é aceitá-lo, nada mais.
    Agradeço por tuas gentis palavras lá no blog (eu não lembrava mesmo do sobrenome do Alex; acho que ele é um personagem tão incrível que nem precisa de sobrenome).
    A Ana é uma das pessoas mais incríveis que já tive a sorte de conhecer através da blogosfera e acho que todos que a conhecem sentem o mesmo.
    Abraço e boa semana pra ti, T. S.

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Querido (a) leitor (a), obrigada por ler e comentar no Café Quente & Sherlock! Espero que tenha sido uma leitura prazerosa. Até a próxima postagem!