domingo, 15 de abril de 2012

Pequeno texto da tarde sem vida

Olhar lamuriento, deslocado...

E uma fina camada de papel celofane separa-me do mundo salpicado de notas vibrantes e cores intensas.

[um café, por favor!]

O mal-humor estampado!

E eu sei que minha solidão agora é melhor do que viver à mercê de pessoas que, ao primeiro erro, jogarão pedras pontiagudas.

Cobranças, mesquinhez, sordidez, soberba, vulgaridade - ecos de vidas amargas.

Pois...

Cansei das portas fechadas, das correções e de empurrar a vida.

[por que confundem educação com submissão?]

Cansei das poucas idades que trazem muito mais da infância do que projetos adultos.

[e os bons serão esquecidos porque as poucas idades não gostam de antiquários]

Dormir... Bem que gostaria de dormir, um pouco, sossegada, sem culpa.

Dor, muita dor - alma, corpo...

Morri para renascer mais tarde - com sede e fome.

[nesse meio tempo eu imaginei uma praia de areia branca e nuvens nimbos]

Analiso cada passo, palavras secas - as pessoas não amam mais.

[as pessoas se satisfazem]

Antes, enfurecia-me. Hoje? Bocejo.

Palavras sem vida, como esta tarde... Em um pequeno texto que passará batido pelos olhos de quem vive em bolhas multicoloridas de cores intensas.

9 comentários:

  1. Não dá pra passar despercebido um texto desse mesmo por quem é feliz. É um texto forte como um grito!

    Parabens!

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  2. Frank, tem momentos que me sinto assim, sem forças, totalmente down, e nesses casos é bom vc se fechar e curtir esse momento, nos traz reflexão, e teu texto, ou desabafo é bem introspectivo.

    Abração pra ti.

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    1. Sim, sim, querido Paulo Cheng! São momentos introspectivos mesmo, de pura reflexão e alguns trechos de inspiração.

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  3. Querida Frank, parece que às vezes há uma relação curiosamente direta entre o estado emocional em que me encontro e o conforto de ter ao meu alcance sempre um texto seu, às vezes uma palavrinha apenas que combine com meu humor e que me faz lembrar que nem toda dor e esse sentimento angustiante de letargia perante o mundo é permanente, e estranhamente tenho aprendido a apreciar estes momentos, ruminar a tristeza e, devo concordar com o Paulo, refletir... refletir bastante. Tudo tem mesmo parecido apático ao extremo, e eu me esforço para manter a calma e ser mais otimista. Bom, tem sido um tanto difícil, mas, acredito, chegaremos lá.

    Um forte abraço!!

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  4. Ticy, minha Miga!
    Como você está?

    Não creio que seja ruim o fato de haver pessoas em "bolhas multicoloridas de cores intensas",pois isso é necessário para que não percamos o doce toque da inevitável penumbra, até a hora em que se torne mais amarga.
    Talvez as cores revelem outras matizes. Nem tudo está pronto para ser desbotado e apenas preto e branco, mesmo que se multiplique em diversas tonalidades.

    Beijos e ótimos dias!

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    1. Sim, querida Cissa. Pudera eu ficar mais tempo em bolhas multicoloridas, experimentar essas sensações de leveza como a pluma de Vinícius de Moraes... Só que os matizes cinzas, talvez, gostem mais de mim.

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  5. é... eu não vivo em bolhas coloridas...
    o texto é quase uma súplica. Solidão é necessário, mas as vezes ela machuca muito. o problema é que hoje as pessoas se satisfazem, não mais se amam, mas nossa alma é carente de amor.
    Gosto dos dias cinzas... dos tons cinzas... talvez por isso me identifico muito com seus escritos.

    http://lapsosdeumamentebipolar.blogspot.com.br/2012/04/desistir.html

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    1. Sim, solidão machuca, mas, por muitas vezes, assim como tu disseste, necessário, afinal... Acho que somos mais introspectivos. E, sim, almas carentes de amor, em um mundo onde em primeiro lugar vem a satisfação do EU.

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Querido (a) leitor (a), obrigada por ler e comentar no Café Quente & Sherlock! Espero que tenha sido uma leitura prazerosa. Até a próxima postagem!