Bem que eu gostaria de uma xícara de café com um gosto que fugisse do óbvio das manhãs requentadas ou das elites falsificadas. Pretendo escapar, como minha voz imaginária, desses dias cotidianos.
Pensei em muitos cenários. Uma vida com um enredo mais instigante. Um jogo de detetives, um céu estrelado, rádio dos anos 60, festas dos anos 80. Os amores dos anos 90.
Eu quero ser uma Sabrina ou Carol, um pouco de dramaticidade, um pouco de comédia. De fato, eu só desejo mais ousadia, não de minha parte. Isso, talvez, eu já tenha de sobra. Está apenas guardada.
Se por um lado eu experimento um prazer intelectual solitário, com arroubos de mestres egocêntricos, machistas, tresloucados, parados no tempo... Por outro, estátuas de cera cercam-me: sem malícia, cheio de suas religiões hipócritas, esperando mulheres-escravas que possam parir doces famílias azedamente cristãs. Há uma juventude com um gosto pubo, virginal, demagogo. Cansei das feministas de farmácia, com seus movimentos sociais que levam ao vômito. Preciso das mulheres de verdade, com um feminismo real, culto, como o espírito dos anos 70. Chega das proibições da extrema esquerda, chega das loucuras fascistas da extrema direita. Chega, chega, chega!
Eu só quero a verdade, o prazer. Risos descompromissados. Um pouco da Via Láctea nas minhas mãos e boca.
Faça-me um milk-shake de chocolate com chantilly, com fundo de frutas em calda e uma cereja em cima. Faça-me cafés das manhã com waffles. Faça-me elogios decentes. Faça-me sua poesia.
E minha mente é atravessada por ondulações de devaneios, como em águas do mar.
Sou loucura que vai de encontro ao marasmo. Sou solidão que vai de encontro ao vazio de mil companhias. Sou apenas eu, em cores vívidas...
... Sou technicolor.
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Querido (a) leitor (a), obrigada por ler e comentar no Café Quente & Sherlock! Espero que tenha sido uma leitura prazerosa. Até a próxima postagem!