terça-feira, 6 de junho de 2017

Tartarus

Eneias e a Sibila no Submundo
Jan Brueghel, O Jovem
1630

The Metropolitan Museum of Art
Frias e brilhantes reinam lápides de mármore.
E jazem silenciosamente todos os restos de corações pueris. 
Todos eles brutalmente assassinados.
É um lugar amaldiçoado, cheio de pesar. 
Mas sutilmente realista.
É a tragédia do saber-se desnudado e humilhado.
Um alvorecer de vergonha em cada nota de despertar.
Pois aqueles que amaram muito
[por dias infinitos de imaginação] 
vivem seu próprio inferno. 
Enterrados estão seus sentimentos. 
E seus corpos são preenchidos por um vazio catalítico.
Em meu epitáfio, apenas meu nome. 
Em minha cova, pérolas e ossos metálicos.
Não sou mais quem deveria ser.
E minha alma apenas vagueia...
Estão todos avisados - não teçam ilusões!
Apaguem as luzes e rasguem as poesias.
Bati a pesada porta...
E tranquei-me para sempre.

T.S. Frank

2 comentários:

  1. Os que amaram muito sempre são punidos de alguma forma...mas há também quem encontre a redenção.

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  2. Isso é verdade... Pois há nessa vida esse círculo misterioso de fim de carma ou mesmo a própria redenção. O único problema é que não sabe-se se estas virão na existência atual ou precisam de mais algumas outras passagens para concretizarem-se. Obrigada pela mensagem, querido Jaime Guimarães!

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Querido (a) leitor (a), obrigada por ler e comentar no Café Quente & Sherlock! Espero que tenha sido uma leitura prazerosa. Até a próxima postagem!