sábado, 11 de fevereiro de 2017

Por dentro

Ao acordar, desejei tantos devaneios,
muitos e intangíveis, feitos de açúcar
e um pouco de amargor
com uma xícara de café bem quente.

Não sou de amores monocromáticos
ou mesmo multicoloridos,
nem de azedumes e
hordas de juras e promessas.

Sou daquelas bi coloridas,
uns tonzinhos pastéis, quem sabe.
Com melancólicos passeios
noturnos e sorrateiros.

Sou dos amores nos ônibus
e de encontros repentinos
de promessas de um dia
e dias por promessa.

Sou saudade e aconchego
Sou conversa e quietude
Sou quem deveria ser

E você, que eu nunca conheci,
ou bem que eu já vi
por aí, talvez...

Conversamos algum dia?
Olhei-te nos olhos?
Trocamos ao menos
duas palavras?

Se soubesses dos meus anseios
e eu dos teus...
Muito do teu pesar
também seria meu.

Se eu sou você
e você está em mim
Digo-te, meu desvario,
O amor nunca
foi tão injusto.

T. S. Frank


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