
A Chegada (Arrival/EUA/2016) é um dos filmes mais elogiados do ano passado - pudera - não foi um ano bom nem mesmo para o cinema, então, qualquer película acima da média, como esta, ganharia muitos louros.
O filme narra a chegada de seres extraterrestres em doze naves que pousam em pontos diferentes da Terra. Após as autoridades americanas perceberem que eles querem fazer contato, a Dra. Louise Banks (Amy Adams), uma renomada linguista, e o físico Ian Donnelly (Jeremy Renner) são procurados por militares para interagirem com as criaturas, traduzir os sinais e desvendar se os visitantes representam uma ameaça ou não. O filme conta ainda com a presença do grande ator Forest Whitaker (ganhador do Oscar de Melhor Ator pelo filme O Último Rei da Escócia/2007) como general Weber.
Parece uma ótima premissa para um Sci-Fi digno de figurar ao lado de ícones como Alien - O Oitavo Passageiro (Alien/1979) e Contatos Imediatos de Terceiro Grau (Close Encounters of the Third Kind/1977). E você, leitor (a), encontrará muitas maravilhas e honras em 90% das críticas especializadas, como o Rotten Tomatoes (94% de aprovação), e seus amigos, parentes e vizinhos também glorificarão este trabalho do diretor Denis Villeneuve. Mas aqui será exatamente o contrário. E vamos por partes.
O filme foi baseado no livro História da Sua Vida (Story of Your Life/1998) de Ted Chiang. O título do livro é sincero e dá uma primeira ideia do que realmente pretende. E esse é exatamente o problema do filme - ele vende algo que não é o seu objetivo e suas partes são ótimas em relação ao todo.
Narrativas que usam o argumento do artifício cíclico para encontrar chaves de linguagem não são novidade. O exemplo mais brilhante é o livro Contato (Contact/1986) do Carl Sagan (que virou filme de mesmo nome em 1997). Só que este é um Sci-Fi que trabalha também temas com relação à natureza humana, assim como vários outros do gênero. Contudo A Chegada é um filme sobre a natureza humana que usa a Ficção Científica como pano de fundo. E não há nada de errado nisso, pelo contrário. Só que neste caso, o erro foi levar a pensar outra coisa.
Em um filme que trabalha a importância do entendimento da linguagem do outro para saber seus reais propósitos, chega a ser paradoxal o fato do próprio filme não dizer a que veio antes que o espectador caia em si e sinta-se frustrado.
Para ser mais clara - temos um filme que como Sci-Fi é um ótimo drama filosófico.
Trailer - A chegada (Legendado em Português)
Fontes
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Querido (a) leitor (a), obrigada por ler e comentar no Café Quente & Sherlock! Espero que tenha sido uma leitura prazerosa. Até a próxima postagem!