Se um uma palavra, única e exclusiva, fosse suficiente para definir a figura de Ava Gardner essa seria: aparição.
A primeira vez que vi uma foto de Ava, por causa de outra admiração, Frank Sinatra, tive a sensação de que aquela mulher foi desenhada cuidadosamente por algum malicioso artista do Olimpo que pretendia, exclusivamente, incitar a indagação de como alguém poderia possuir uma beleza tão exultante.
Porém ser apenas ‘o mais belo animal do mundo’ [denominação dada poeta Jean Cocteau devido ao seu olhar de gata descrito por colegas de estúdio] não seria suficiente. Seu rosto dizia mais. Então, precisava ver o que mais Ava Gardner tinha a oferecer.
Nasceu em 24 de dezembro de 1922, em Grabtown, Carolina do Norte, EUA. No começo foi modelo. Pouco tempo depois, foi para telas de cinema e fez filmes como, Assassinos (1946) Mogambo (1953 - que lhe rendeu uma indicação ao Oscar), A Condessa Descalça (1954), E Agora Brilha o Sol (1957), A Noite do Iguana (1964) e vários outros títulos.
Tão movimentada como sua carreira de atriz, a sua vida pessoal era motivo de grande interesse e burburinhos nos bastidores. Casou-se oficialmente três vezes: com o ator Mickey Rooney (1942-1943), o bandleader de jazz Artie Shaw (1945-1946) e Frank Sinatra (1951-1957), que deixou a esposa anterior, Nancy, por ela. E a eles somam-se os romances, como, por exemplo, o bilionário Howard Hughes (que foi retratado no filme O Aviador - The Aviator - de 2004)). A vida de Gardner merecia um livro de Raymond Chandler.
Ava é a #25 na lista do American Film Institute (AFI) das Maiores Estrelas Femininas do Cinema.
A atriz não teve filhos e ao fim da vida, com a beleza que a alçou ao Olimpo cada vez mais distante, não tinha mais o glamour e nem mais o dinheiro de outrora. Quando pesquisei, poucas fotos pude achar dessa época.
Não sei se Ava era pretensiosa ou convencida. Havia uma certa rivalidade (com ajuda da mídia) entre Gardner e Elizabeth Taylor. Segundo o livro Ava Gardner: The Secrets conversations, de Peter Evans, uma vez ela disse - "Elizabeth Taylor não é linda, ela é bonita. [...] Eu fui linda." ("Elizabeth Taylor is not beautiful, she is pretty,” Ava informs Snyder. “I was beautiful.”)*.
Prefiro ver Ava como um ícone da década mais dourada e clássica do cinema. Uma mulher que possuía face e corpo perfeitos dignos das descrições de escritores gregos. Mas a beleza também pode ser um fardo. Certos atributos podem mascarar o que realmente somos e queremos. E, talvez, esta tenha sido a prisão de Gardner.
*As duas palavras equivalem-se, mas pretty é mais usada para expressar o fútil, ou seja, onde somente há a beleza física. Ava, talvez, tentou dizer que ela era mais completa, tanto fisicamente como intelectualmente.
Não sei se Ava era pretensiosa ou convencida. Havia uma certa rivalidade (com ajuda da mídia) entre Gardner e Elizabeth Taylor. Segundo o livro Ava Gardner: The Secrets conversations, de Peter Evans, uma vez ela disse - "Elizabeth Taylor não é linda, ela é bonita. [...] Eu fui linda." ("Elizabeth Taylor is not beautiful, she is pretty,” Ava informs Snyder. “I was beautiful.”)*.
Prefiro ver Ava como um ícone da década mais dourada e clássica do cinema. Uma mulher que possuía face e corpo perfeitos dignos das descrições de escritores gregos. Mas a beleza também pode ser um fardo. Certos atributos podem mascarar o que realmente somos e queremos. E, talvez, esta tenha sido a prisão de Gardner.
*As duas palavras equivalem-se, mas pretty é mais usada para expressar o fútil, ou seja, onde somente há a beleza física. Ava, talvez, tentou dizer que ela era mais completa, tanto fisicamente como intelectualmente.
Fontes:
Ava Gardner - Wikipedia em Inglês
A vida de Ava Gardner - dos murros de Howard Hughes às ameaças de suicídio de Sinatra
Resenha do Livro The Secrets conversations sobre Ava Gardner e Orson Welles - The New York Times - Em inglês
Como comentar sobre uma deusa? Também foi um ícone de minha geração.
ResponderExcluirSim! Belíssima!
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