domingo, 12 de outubro de 2014

Blues da Minha Vida

Cheiro de café,
Suavidade, movimento.
Leite espumoso, branco harmonioso.

Repousam meus lábios
Em xícara flutuante
Vislumbro, desejo, cubro-me.

[abre-se o túnel de pensamentos]

Sobre a abóbada celeste, em meio ao frio,
Cintilam fagulhas azuis, vermelhas e amarelas.
Eram um frenesi, um choque, um toque

[é a passagem de um longo tempo]

Acordam-me os olhos da realidade
Eram águas passadas
Sóis que não brilham mais.

A felicidade escondeu-se,
Perdeu-se dentro de mim, cansou-se.
E sigo-lhe as pistas em tentativas frustradas.

Estou presa na dor.
E não lembro-me mais como é viver sem ela
O ópio do momento terminou em derradeiro gole.

Cegam-me as luzes das promessas
Com sussurros de esperança
Naquela mesa, em cores ovais.

[Minha dor consome-me persistentemente.]

E é na tristeza que deixo
Gotas aprisionadas...
E são elas as notas vivas
Do blues da minha vida.




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