Qualquer maneira de amor vale amar
Pena, que pena, que coisa bonita, diga
Qual a palavra que nunca foi dita, diga
Qualquer maneira de amor vale aquela
Qualquer maneira de amor vale amar
Qualquer maneira de amor valerá"
(trecho da música Paula e Bebeto de Milton Nascimento e Caetano Veloso)
Há tempos não escutava tantas músicas boas no rádio. Pudera! Quase madrugada.
Reza a lenda que somente os fortes sobrevivem ao sonífero que o véu da noite faz flutuar no ar e, assim, os insones conseguem ouvir o silêncio na forma de um canto suave e o cheiro enebriante desse tempo transforma palavras soltas em verdadeiros saraus.
Reza a lenda que somente os fortes sobrevivem ao sonífero que o véu da noite faz flutuar no ar e, assim, os insones conseguem ouvir o silêncio na forma de um canto suave e o cheiro enebriante desse tempo transforma palavras soltas em verdadeiros saraus.
Foi-se James Taylor com Fire & Rain e lembrei-me de tempos de esperança, olhos azuis e uma vida que transformei em notória em meu próprio pensamento.
Rémy mordendo ao mesmo tempo comidinhas de naturezas distintas - Nhami! Uma explosão de sabores! Cena de Ratatouille/2007 |
E, nessa mescla de notas e sabores, eis que surge Milton Nascimento com Paula & Bebeto.
Escutei atentamente. E foi aberto um pequeno livro com uma história por muito tempo inerente ao meu próprio ser. Muitas vezes senti não só vergonha das páginas que descreviam o que muitos chamam de bobice, porém, também, da fragilidade e incompreensão que compunham ainda mais folhas.
Das últimas, tratei com fé [ainda permaneço na estrada da perseverança].
Há épocas com curvas sinuosas e cheias de dor. Uma dor que transforma e diz muito mais do que conselhos esquematizados. É o ritual das lágrimas da verdade. E este brilha como uma agulha de ouro em tempos que retalhos podem, com força de vontade, formar uma bela colcha de aprendizado e nova vida.
Há épocas com curvas sinuosas e cheias de dor. Uma dor que transforma e diz muito mais do que conselhos esquematizados. É o ritual das lágrimas da verdade. E este brilha como uma agulha de ouro em tempos que retalhos podem, com força de vontade, formar uma bela colcha de aprendizado e nova vida.
Contudo e a tão famigerada "bobice"? Transformou-se em amor sucateado [duro escrever A-M-O-R em certas situações - é o agoniante som do vidro arranhado por diamante, é despir-se no frio, quase uma violência].
E qual é a sensação do fim? O fracasso? Talvez. Mas os fracassos são bilaterais. Não há culpa solitária.
Amargo é o sabor do vazio preenchido pelo
orgulho ferido, o nó na garganta e o abatimento. É trabalhoso reconstruir-se e voltar a acreditar que as boas sensações podem alcançar a alma.
Porém continuar é fundamental. Marche, vida! Marche!
Sim, todas as formas de amor valem à pena, até mesmo as unilaterais, cheias de conflitos e mágoas.
E também são justas [essa dou crédito ao Lulu Santos].
E também são justas [essa dou crédito ao Lulu Santos].
E as engrenagens da minha própria história movem-se.
Não é, ainda, a permuta das estações. Entretanto, para agora, busquei proteger-me dos respingos de outonos promissores que apenas prenunciavam um rigoroso inverno de solidão.
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Querido (a) leitor (a), obrigada por ler e comentar no Café Quente & Sherlock! Espero que tenha sido uma leitura prazerosa. Até a próxima postagem!