quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Notícias do front: épocas e nuances cinzas

Difícil é escrever, olhar ao redor e notar que o tempo desejado foi-se há anos.

Mudaram as estações e de uns meses para cá a inspiração para escrever desapareceu em meio a um nevoeiro de acontecimentos.

Muitas pessoas perderam minha consideração. E, muitas vezes, sair do meu cubículo para lidar com certos tipos é a tarefa mais árdua existe.

Não há como descrever a falta de senso, de cultura e, muitas vezes, bondade que assola a maioria dos jovens. São como robôs, muito bons em um ou dois aspectos, mas que acusam erro em outros mais sutis e humanos.

A pobreza de pensamento é ainda pior junto com agressividade vazia de argumentos. Eis uma narrativa simbólica:

"Um dia estava a escutar música clássica e certa criatura desprovida de qualquer característica requintada ou que a torne humanamente suportável disse que ao menos o funk carioca tem letra."

Sinceramente, diante desse exposto, fico a pensar no fato egoísta de isolamento do mundo.

E não se engane! Essas pessoas são justamente as que têm a oportunidade de frequentar uma universidade.

Eu perdi minha fé em certos aspectos. E muito de vez em quando, há alguns lampejos de salvação. Porém esmorecem diante das facilidades na estrada da vida.

Quanto mais jovens são, mais preconceituosos. E são assim em toda
s as áreas ou padrões que aos olhos dos mesmo não merecem existir. Acho que nesses dois anos, já fui vítima de certas brincadeiras, por exemplo, por escutar Chopin, ou ler um George Orwell, ou ter mais idade do que a maioria, ou ver um filme com Charlton Reston. São fatos inconcebíveis no meu mundo e no que acredito que faça um uma pessoa ser realmente uma pessoa: amar as artes, dar valor ao passado, respeitar as diferenças e basear o futuro em alicerces mais sólidos.

Esses dias sinto que o lugar mais atraente é o meu quarto e arrastar-me para fora dele significa voltar ao mesmo extremamente decepcionada a ponto de querer apenas dormir por uns dois dias antes de ter certeza que quase tudo está perdido em relação ao ser humano.

Continuo nessa caminhada, com paradas e reflexões, então. Não há modo de não sair ferida, mas existem maneiras de, talvez, desviar de algumas pedradas. Defender o que se acredita requer a maior e mais difícil virtude: paciência.


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