sexta-feira, 1 de março de 2013

Às vezes, é preciso um bocado de tristeza...

Queridos (as) leitores (as), em falta, eu sei...  O curso de Física, os medos... Vida de escritor aspirante é difícil .. In fact, a falta de inspiração é a Medusa dos escritores. Mas cá estou eu e do outro lado estão as férias - esperando-me com mais escritos. 

"É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração

Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não..." (Escrito por Vinicius de Moraes & Baden Powell, presente em Vinicius & Odette Lara/1963)



Por esses dias estou a garimpar as discografias dos meus queridos Tom Jobim, Vinícius de Moraes e Chico Buarque. E, a cada visita e revisita, o meu mundo enche-se de notas coloridas naturalmente, como se a vida fosse onda que, delicadamente, alterna ápices e fundos - nenhuma alegria de plástico e nenhuma tristeza de botequim de quinta. O que se tem é a harmonia. 

Difícil mesmo e não se chatear com o que ficou para trás. Como pode o mundo estar tão estúpido, tão arrogante, tão pobre, tão mau educado, tão opressor? Por que trancafiaram as qualidades? O que fizeram elas para terem destino tão cruel? 

A semana não foi fácil, a retrasada uma das piores. Nada que valha a pena descrever em mais linhas. Porém digo-lhes que agora posso escrever com mais propriedade sobre a natureza humana das humilhações, pecados e ignorância.

Ah, vida... É melhor ser alegre que ser triste, mas a tristeza não é tão má - ela é irmã da Esperança - a filha do leiteiro. 

Todos estão, de alguma forma, ocupados com suas vidas - os de São Paulo, os de Minas, os do Sul, Norte, Nordeste, Centro Oeste, os que leem esse texto e outros. Eu penso em vocês, penso no que fazem, nos retratos felizes das suas vidas ou nas linhas de desesperança que os afligem. Imagino como agem, o que escutam, se estão no frio ou no quentinho, dando comida aos patos no lago, sentados (as)  com os namorados (as), olhando o horizonte e planejando dias melhores. E o que mais gosto - imaginar muitos de vocês entrando em uma padaria simples, mas sofisticada, sentindo cheiro de café [que agora não posso beber tão cedo] e vendo docinhos e dizendo - "Bela tarde ou manhã."

Das tristezas e medos, todos temos um pouco [eu confesso - sou exagerada. Tenho a alma das tragédias gregas], todavia devemos seguir, nos cuidar - fisicamente e mentalmente. Afastar quem faz mal, abraçar quem faz bem, dizer "Eu gosto de você" para quem merece e falar, mesmo que tardiamente, tudo que sentimos. 

Sim... E agora continuemos com nosso sopro divino. 

Se do escárnio podemos tirar ensinamentos, então dos presentes do dia a dia, cunhados na brandura dos mistérios, tiremos o combustível dessa locomotiva. 

6 comentários:

  1. Seu texto combinou com meu fim de tarde :3

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  2. Bom... Vinicius não era poeta. Era um gênio.
    É melhor ser alegre do que triste, mas a tristeza não é má, ela é ... triste.
    E concordo, as qualidades estão trancadas enquanto a pobreza de espírito está em plena liberdade.

    www.cchamun.blogspot.com.br
    Histórias, estórias e outras polêmicas

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    1. Olá, Claudio! Pois é, a tristeza é a companheira necessária, porque se só existisse felicidade, as pessoas não teriam noção de limites também.

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  3. Ticy-Miga!
    Muito linda essa postagem, não somente pelo Vinícius, mas fiquei aqui pensando sobre a tristeza na melancolia de dose certa, aquela que faz a gente entrar dentro de nós mesmos, sermos um pouco silêncio para depois novas coisas.
    Beijos, miga, sempre inteligente e sensível!

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    1. Sim, querida miga! Sim, assim como a felicidade, a tristeza precisa ter medida, senão virará uma aflição. Obrigada pelo elogios! Gentis!

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Querido (a) leitor (a), obrigada por ler e comentar no Café Quente & Sherlock! Espero que tenha sido uma leitura prazerosa. Até a próxima postagem!