quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Notas de uma madrugada como outras de tantos anos

Dor e medo... E o par dessas madrugadas calmas é um ponto negro cheio de mistério e com cheiro de café. É época de desesperança, sendo que o único som que traz animação ficou no passado. O tilintar da máquina de escrever não ressoa mais.

A expressão de vida também é um pouco de desespero interior em silêncio, uma angústia tenaz em meio à loucura que faz-me sentir como um peixe frio, congelando em meio ao meu próprio mundo de águas turvas.

Sou tristeza disfarçada de alegria: uma boba da corte, uma clown de Shakespeare, um desalento.

Ah, vida, poderia lamentar-te dias e dias. Contudo meu pequeno aquário possui bolhas azuis brilhantes que refletem vidas que um dia desejei ter.

Sou alegria momentânea tão esfuziante que tenho medo das horas contadas em que abraça-me.  

Caminho nessa estrada cinza, velha companheira de uma vida. Agora tenho uma nova pérola para lembrar-me do que sempre quis.

Os sentimentos unilaterais um dia podem ser bilaterais, concluo. Porém é uma estrada espinhosa e rastros de pequenos cortes carmim  e lágrimas despertam a agonia de não se ter o que as outras pessoas conseguem sempre.

Sim... O amor... Tão distante, vislumbrado em uma janela com vidros espessos: sorrisos ecoam, vidas se fazem e outras vidas surgem. Um filme repetido, a mesma valsa e o mesmo
céu... Dos outros, sempre dos outros.

Sou a solidão de Prometeu. E, talvez, um dia minha punição seja revogada.


2 comentários:

  1. Posso dizer, por experiência própria, que compreendo estes sentimentos. Não os sinto todos os dias, mas há momentos em que não existiriam palavras mais adequadas para os definir ou explicar que estas.
    Tenho a certeza que a punição de que fala, se ela de facto existir, será revogada um dia.
    Não perca a esperança.

    PHS.

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    1. Pois é, querido Snail Trail, são momentos de reflexão em que nos sentimos um pouco punidos pela vida, mas, se olharmos bem, a vida nos dá experiências necessárias! Beijos!

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Querido (a) leitor (a), obrigada por ler e comentar no Café Quente & Sherlock! Espero que tenha sido uma leitura prazerosa. Até a próxima postagem!