segunda-feira, 2 de setembro de 2013

E Deus esculpiu... Ava Gardner


Se um uma palavra, única e exclusiva, fosse suficiente para definir a figura de Ava Gardner essa seria: aparição.

A primeira vez que vi uma foto de Ava, por causa de outra admiração, Frank Sinatra, tive a sensação de que aquela mulher foi desenhada cuidadosamente por algum malicioso artista do Olimpo que pretendia, exclusivamente, incitar a indagação de como alguém poderia possuir uma beleza tão exultante.

Porém ser apenas ‘o mais belo animal do mundo’ [denominação dada poeta Jean Cocteau devido ao seu olhar de gata descrito por colegas de estúdio] não seria suficiente. Seu rosto dizia mais. Então, precisava ver o que mais Ava Gardner tinha a oferecer.


Nasceu em 24 de dezembro de 1922, em Grabtown, Carolina do Norte, EUA. No começo foi modelo. Pouco tempo depois, foi para telas de cinema e fez filmes como, Assassinos (1946) Mogambo (1953 - que lhe rendeu uma indicação ao Oscar), A Condessa Descalça (1954), E Agora Brilha o Sol (1957), A Noite do Iguana (1964) e vários outros títulos.

Tão movimentada como sua carreira de atriz, a sua vida pessoal era motivo de grande interesse e burburinhos nos bastidores. Casou-se oficialmente três vezes: com o ator Mickey Rooney (1942-1943), o bandleader de jazz Artie Shaw (1945-1946) e Frank Sinatra (1951-1957), que deixou a esposa anterior, Nancy, por ela. E a eles somam-se os romances, como, por exemplo, o bilionário Howard Hughes (que foi retratado no filme O Aviador - The Aviator - de 2004)). A vida de Gardner merecia um livro de Raymond Chandler.

Ava é a #25 na lista do American Film Institute (AFI) das Maiores Estrelas Femininas do Cinema.

A atriz não teve filhos e ao fim da vida, com a beleza que a alçou ao Olimpo cada vez mais distante, não tinha mais o glamour e nem mais o dinheiro de outrora. Quando pesquisei, poucas fotos pude achar dessa época.

Não sei se Ava era pretensiosa ou convencida. Havia uma certa rivalidade (com ajuda da mídia) entre Gardner e Elizabeth Taylor. Segundo o livro Ava Gardner: The Secrets conversations, de Peter Evans, uma vez ela disse - "Elizabeth Taylor não é linda, ela é bonita. [...] Eu fui linda." ("Elizabeth Taylor is not beautiful, she is pretty,” Ava informs Snyder. “I was beautiful.”)*.

Prefiro ver Ava como um ícone da década mais dourada e clássica do cinema. Uma mulher que possuía face e corpo perfeitos dignos das descrições de escritores gregos. Mas a beleza também pode ser um fardo. Certos atributos podem mascarar o que realmente somos e queremos. E, talvez, esta tenha sido a prisão de Gardner.

*As duas palavras equivalem-se, mas pretty é mais usada para expressar o fútil, ou seja, onde somente há a beleza física. Ava, talvez, tentou dizer que ela era mais completa, tanto fisicamente como intelectualmente.




Fontes: 

Ava Gardner - Wikipedia em Inglês
A vida de Ava Gardner - dos murros de Howard Hughes às ameaças de suicídio de Sinatra

Resenha do Livro The Secrets conversations sobre Ava Gardner e Orson Welles - The New York Times - Em inglês


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