domingo, 27 de janeiro de 2013

Aquelas doces palavras...

Ah, tu, Amor! Transformaram-te em banalidade como brigas de quinta-feira estampadas em jornais de sexta.
Psiquê recebendo o primeiro beijo do
Cupido (Psyché et l'Amour), 1798, de
François Gérard, exibido no Louvre

Sim, o amor, transmutado em ridículo, proferido toda vez que algum jovem desvairado e febril encontra alguém ainda mais desajuizado. 

Ama-se hoje, odeia-se amanhã! [Postarei 'aquelas' fotos no Facebook! E com legendas em CAPS LOCK]

E, sendo assim, quero um T.A.R.D.I.S. ou um Doutor [preferencialmente o Nono ou o Décimo Primeiro] para mostrar-me as passagens do amor em diferentes épocas. 

Geralmente o saudosista é tratado como um louco incapaz de encaixar-se na realidade multicolorida de um mundo que nasce em micro-ondas e termina na lata do lixo todos os dias. Porém, se assim for, sou uma - prefiro o ritual dos chás - colhidos, lavados, feitos e apreciados - do que viver rotina de fast food

Cá entre nós, querido (a) leitor (a), eu creio que o amor [exilado como os poetas e o bom Português] deva estar escondido em algum lugar por aí, evitando tostar a delicada pele nestes raios de insensatez. 

Em uma manhã dessas, vi um colibri. Brilhava tão intensamente - violeta, azul - e voou suavemente pelo céu cinza que prenunciava chuva. E, com minha velha e típica xícara de chá, pensei, por um momento, que sentir amor fosse assim - apenas estar confortável e da simplicidade extrair um sorriso sem igual. 

Talvez eu nunca ache-o na forma de um Mr. Darcy. Todavia seria injusto aceitar migalhas de carinho ou uma vida desforme em nome da velha sociedade que precisa que todas as peças estejam no lugar, mesmo após tanto tempo da dita revolução feminina. 

E o amor, traquino e solene, vaga por aí. Eu sei que ele não está feliz com os seus usurpadores que vivem a rodear as redes sociais e dão-lhe a fama de mais vagabundo que ladrão de esquina. Quem sabe, um dia, volte a reinar junto com os poemas de uma época em que amar era simplesmente amar. 

"Diga-me palavras doces, aquelas que eu ouvi você cantando outro dia. São simples e melodiosas e, se arrancar-me um sorriso, digo-te que serei a pessoa mais feliz em vê-lo outra vez."

Sim, Amor, estas são para você. Se quiser tomar chá, avise-me, estarei à disposição. 

2 comentários:

  1. Blogue legal, continue assim ups.. he he bricadeirinha.

    Se todos os desafetos fossem consertados com um convite para uma pizza a dois e um bom vinho seguido por uma sobremesa tipo sorvete com morangos e calda de chocolate em vez de CAPS LOCK no facebook muitas histórias de amor seriam escritas com um fim clichê e eles viveram felizes para sempre. Tá ai, entrei para fazer um comentário e tive inspiração para uma estória - rsss. Não vai ser plágio eu copiar meu próprios comentário né? rsss
    Aguardo uma visita, nem que seja para me xingar ou dizer blogue legal, continue assim - rsss.

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  2. Ah.. o amor em si é louco e nao tem finais felizes... porque se há finais, não pode ser feliz, quando se ama, fins são mutuamente excludente à felicidade.
    E ai, o que resta são mesmo os desafetos e o CAPS LOCK no facebook, para que o mundo saiba que esse fim, nao foi o cliche de contos de fadas, que por se contos, nao existem.

    http://mmelofazminhacabeca.blogspot.com.br/

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Querido (a) leitor (a), obrigada por ler e comentar no Café Quente & Sherlock! Espero que tenha sido uma leitura prazerosa. Até a próxima postagem!