sábado, 23 de abril de 2011

Audiopost - Momento Mario Quintana - Poema I (A Rua dos Cataventos/1940)





Momento Mario Quintana
Audiopost com trecho do livro Poesia Completa Volume Único da Editora Nova Fronteira, ano de 2005, ISBN 978-85-209-2057-2. 

A Rua dos Cataventos - 1940
Poema I, página 85
Voz: T.S. Frank



quinta-feira, 21 de abril de 2011

Sombras...

Eis que as sombras atingem-me e uma brisa gélida arranha minha face.

Olhei o mar e as procelas à beira. Sentei-me na areia e chorei copiosamente - meu coração está esmigalhado - a tristeza agora é minha melhor amiga.

Ninguém pode ouvir-me. Minha voz calou-se diante do meu sofrimento.

Vislumbrei o céu que tanto desejei tocar e conquistar. Agora ele esfacela-se em minha mão como porcelana barata.

Entreguei meu sonho a um bando de iconoclastas. E meus pés sangram ao pisar em cada pedaço pontiagudo dele.

O mar agita-se, revira-se. Estou ferida e com muito frio... Posso sucumbir a qualquer momento.

Um dia imaginei um belo mundo - devaneio!
O que possuo neste momento? Um baú de cacos - nada além.

Ao meu lado? Apena o vento taciturno a envolver-me.
E violinos tristes saúdam cada lágrima.

Meus olhos cerram-se.
Tranquei-me em meu mundo paralelo.

A dor venceu-me.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

River Phoenix (1970-1993)


"Seus olhos dizem-me tanto - enfeitiça e cativa o coração. Desejei-te perto. Agora não está mais aqui - viraste energia. Quantas e quantas vezes vi 'Apostanto no Amor', a esperar, um dia que pode nunca chegar, aquele jantar espevitado no restaurante elegante. Tu foste um sonho, um cometa esfuziante. Tocaste meu céu. Sempre será um dos meus favoritos - ver teus olhos é como olhar o mar do Caribe - é desejar ter alguém parecido - tão misterioso, amável e sedutor como teus personagens."

domingo, 10 de abril de 2011

Recomendação Musical - Billy Joel - o homem do piano!

William Joseph Martin Joel, ou simplesmente Billy Joel, é um daqueles cantores que, ao primeiro contato, é amor incondicional.

Grande compositor, pianista e, principalmente, um maravilhoso intérprete. Nasceu nos EUA, judeu, influenciado pelo magnífico Ray Charles. Tornou-se um dos ícones da música pop bem cantada e de impacto.

Detentor de muitos Grammys, com nome no  Rock and Roll Hall of Fame, Songwriters Hall of Fame e  Long Island Music Hall of Fame. Um dos maiores vendedores de álbuns de todos os tempos.

Parceria extraórdinária com Elton John (vídeo aqui).

Quando escutei Billy pela primeira vez, minha mente foi levada a uma dimensão onde as notas musicais podiam flutuar - era Piano Man - aquela gaita do começo, o bar e o pianista vão sempre figurar como a descoberta de um mundo onde a música inunda a alma e causa um êxtase sem precedentes.




domingo, 3 de abril de 2011

As sequelas do bullying...

Dias terríveis, decepção atrás de decepção. E hoje, sentada, no lugar mais alto desse pensionato, a olhar todas as janelas, o céu azul e todos os telhados, lágrimas caíram - uma válvula de escape.

Lembrei-me de como tenho sofrido por apenas gostar de alguém - a incompreensão reina. Todas as palavras e defeitos não teriam o peso de uma bomba atômica se eu não tivesse sequelas de anos e anos de bullying.

Quem já sofreu, sabe o fardo que tem que carregar pelo resto da vida. Você nunca se sente capaz de fazer alguém sorrir de uma forma boa - sempre vão rir de você por piada.

Ultimamente tenho sentido-me tão triste que é impossível não lembrar de todas as perseguições durante toda uma vida escolar. Apesar de ser momentos infantis e adolescentes, nessas fases, respectivamente, as feridas abrem-se para sempre.

Quem sofre bullying não sabe o que é auto-estima. Quem sofre bullying não confia em ninguém.

Eu nunca entendi o porquê de tudo aquilo. Quem sabe fosse por minha magreza, o fato de querer ser astrônoma, por ser a primeira da turma, ou, ainda, uma combinação de tudo isso. Até hoje, ao ver o final de cada episódio de Castelo Rá-Tim-Bum, sinto a mesma sensação de ir para guilhotina. Era assim na época da sexta-série...

Isso também afeta a vida sentimental. Os perseguidos nunca sentem-se capazes de fazer alguém feliz. Colocam-se como extremamente feios e ignorados. E por mais que algumas pessoas digam o contrário, os elogios têm efeito contrário - estão sendo sarcásticos?

Vivemos sozinhos, chorando pelos cantos e enxugando as lágrimas quando alguém aproxima-se. Por fora, tímidos, sempre mostramos sorrisos, uma fala compassada e, às vezes, uma gagueira. Por dentro, estamos sagrando, com medo, e precisando de afagos.

Apesar de ter uma formação, ser uma contabilista e agora estar cursando Física, eu simplesmente não sinto-me bem comigo mesma. Os momentos mais alegres são aqueles em que fico no notebook, por exemplo, vendo os shows que gosto e imaginando como seria se eu fosse uma pessoa normal e feliz.

É um momento tão frágil que, a qualquer momento, posso quebrar-me em milhões de cacos.

Olho todos aqueles calouros felizes, conversando, marcando encontros, festas... E eu não passo de uma simples observadora, com um coração partido...

Não há escapatória. Essa solidão profunda que assola e devasta-me, traz todas as memórias ruins.

O que eu gostaria nesse momento? Sentir-me alguém que é importante e que faz parte desse mundo. Um simples abraço - tão utópico agora - seria como deitar numa nuvem branca e ter a tranquilidade e a confiança que roubaram-me um dia.