terça-feira, 30 de março de 2010

Crítica da semana: Sherlock Holmes/2009


Se você está esperando um filme igualzinho aos livros do cânone, esqueça! Mas anime-se: Sherlock Holmes é muito bom! Guy Ritchie livrou-se da Madonna, mas voltou ao mundo do cinema com honra.

Eu vou confessar, eu tinha muito, muito, muito receio. Um Sherlock com porte de atleta e galã? Um Watson tão jovem e belo? Irene Adler uma ladra fina? Afinal, Mary Morstan já não conhecia o Sherlock? É... Se você for com esse pensamento de fã extremista de Sherlock, não vai gostar do filme nem um pouco.

Sou a favor da leitura de um livro antes de assistir ao filme que foi baseado no mesmo. Porém, no caso de Sherlock, o problema era trazer para o cinema atual uma obra que já foi adaptada inúmeras vezes para a tela e que foi mais fiel ao livro, segundo alguns fãs, na série que trouxe Jeremy Brett como Holmes (não tive a oportunidade ainda de ver a série, mas Brett era a cópia fiel da descrição do Sherlock nos livros). Com todas essas dificuldades, Guy Ritchie até que se saiu bem e de uma maneira até bem inteligente: pegou somente os personagens e deu-lhes nova vida e uma nova roupagem.

Passado o susto inicial e abrindo-se a visão, o filme torna-se um divertimento e tanto. Robert Downey Jr. está ótimo no papel desse Sherlock que parece mais um Patrick Jane descarado ao extremo (sobre Patrick Jane, clique aqui) e Jude Law se saiu muito bem como um Watson mais inteligente. 

O filme tem uma boa fotografia de uma Londres sombria e um ótimo figurino. Minha única ressalva é sobre Rachel MacAdams como Irene Adler. Não que a moça não seja uma boa atriz, porém não me convenceu muito. Quem sabe no próximo Sherlock. E o filme ainda passa uma leve sensação de que Holmes sente alguma coisa pelo Watson que não é propriamente amizade.

O filme é uma delícia: bom para quem leu Sherlock (e não é um fã xiita) e ótimo para quem nunca sequer pegou em um livro de Arthur Conan Doyle. Agora, desculpe-me a outra classe de leitores holminianos, só que cinema tem que ser feito para todos. Quem sabe não é um empurrãozinho para os mais jovens começarem a desbravar Sherlock e suas aventuras. E todas a ajuda de boa qualidade é bem vinda para angariar mais leitores para o maior detetive de toda a literatura.

Trailer - Sherlock


segunda-feira, 29 de março de 2010

Apologizes...

Caros leitores, por força maior (na verdade, um computador para uma casa com 3 mulheres é motivo de guerra), a crítica de filme de hoje vai ser postada somente amanhã. Pode ser que ela seja colocada ainda nessa madrugada, mas aí já será terça-feira.
Porem vou adiantando que a crítica será sobre o filme Sherlock Holmes de Guy Ritchie. Eu, como fã incondicional de Sherlock, e nem precisa de muita explicação, tenho o dever de fazer isso.
Então... Esperem só mais um pouquinho.


As histórias de fadas do dia-a-dia

Anastasia e Dimitri, em Anastasia/1997

A realidade, na maioria das vezes, se parece mais com um documentário nu e cru das 5 coisas que o Pink Floyd colocou em Dark Side Of Moon: tempo, dinheiro, guerra, loucura e morte.

Todavia quem disse que a vida não chega perto, algumas ínfimas vezes, de um conto de fadas? Não exatamente daqueles docinhos e rosadinhos de praxe, porém muito semelhante com Histórias de Fadas de Oscar Wilde. É um livrinho fascinante, sem fru-fru e que traz muito mais de Esopo e La Fontaine do que qualquer outra coisa. Em outras palavras: podemos ser os reis, as rainhas, príncipes e princesas da nossa própria história, mas ela é real: tem cotidiano, brigas, intrigas lágrimas. Das nossas "história de fadas" tiramos a moral para levarmos o dia-a-dia.

A nossa realidade é tão cinza que passamos a ser obcecados em ver aquelas histórias belas de príncipes e princesas, sendo crianças ou não. Nós, adultos, ficamos sorrindo, bobamente, quando escutamos a música ou revemos aquela cena do baile na cena preferida.

Há tantos filmes lindos que eu já vi: Cinderela, Branca de Neve, A Bela e a Fera, A Pequena Sereia, Pocahontas... Porém o que eu gosto mais é Anastasia. Anastasia existiu e deu margem a muitas lendas. A verdade pura é que a princesinha morreu com a família - a família Imperial da Rússia.

A animação é linda. E não é da Disney. Foi produzido pela Twentieth Century Fox Animation e é do ano de 1997. Foi um grande sucesso. Tem uma trilha sonora maravilhosa (música indicada ao Oscar: Journey to the Past, cantada pela saudosa Aaliyah).

Nossa vida é assim: cheia de contos de fadas. E esses contos são de Oscar Wilde, da Carochinha, da Disney e até mesmo aqueles de Tim Burton. Todavia nada nos impede de acreditar que, de uma maneira ou de outra, tudo vai ser doce um dia, sem a falsidade de um adoçante ou a demasia de uma maria-mole.



Se você, leitor (a), gostou dessa postagem, poderá, também, se interessar por esta do CQ&Sherlock:
Livro da Semana - Histórias de Fadas (Textos Escolhidos) - Oscar Wilde

domingo, 28 de março de 2010

Garfield em: Os arrependimentos da vida (by Jim Davis)




É Garfield... Você não perde a chance mesmo! Nem quero imaginar essas "coisas".

Dor e pesadelos: a felicidade que nos falta.


Deixei de ir hoje ao aniversário de um conhecido. Dei um jeito na coluna, daquele tipo que você sente dor até na alma.

Não estou muito bem. Por que diabos eu tinha que pisar naquele buraco?

Ultimamente eu tenho tido muito sono. Os pesadelos assolam-me e são daquela espécie parecidíssima com os filmes do David Lynch...

O que me falta? Um pouco de felicidade "não imposta"... Pois há pessoas por aí que acham que não somos felizes porque somos mal agradecidos.

A felicidade não é algo simples. É um estado de espírito que é muito difícil de alcançar. Não importa dinheiro, menos dinheiro, mais ou menos dinheiro. Pessoas ricas são felizes ou não... Tem gente que mora numa casinha e vive hiper feliz.

Felicidade é sorte. Felicidade é estar com as pessoas certas. É sorrir de uma besteira qualquer. É tomar vinho acompanhado de queijo e um amigo de todas a horas. É uma ligação no meio da noite: amo-te... São essas coisinhas minúsculas que fazem a diferença. E eu... Não tenho nada disso, por enquanto... E não tenho esperanças de tê-las a curto prazo também.

E eu escutando agora One Of Us da Joan Osborne. É uma daquelas músicas que me lembra felicidade... Remota... Infantil.

Eu tinha muitas esperanças naquele tempo. Eu era uma garota tola.

Dor, dor, dor...

Dor no corpo e coração.

A Eleanor Rigby em mim.


sexta-feira, 26 de março de 2010

Calvin & Haroldo - # Tirinha 605


Esta tirinha foi extraída do blog Depósito do Calvin.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Quero ser Dr. Walter Bishop!


"Se a nova série do J.J. Abrams, Fringe, ficasse apenas no universo do impagável Dr. Walter Bishop, seria uma maravilha de série."

Certo. Dada a premissa, vamos aos fatos.

Fringe é uma daquelas séries para fãs incondicionais de Sci-Fi, ou seja, para aqueles que gostam de Arquivo-X, Stargate, Jornada nas Estrelas e, também, para quem gosta de Ciência como Ciência pura, do tipo que vê Discovery Channel, assiste a séries como O Universo e tudo relacionado a Física e Química. Ela exige do telespectador um conhecimento prévio de todos esses campos para que se capte a sua essência.

Fringe tem uma audiência razoável em se tratando de Ficção Científica, pois esse tipo de série é, digamos, "um pouco demais" para os padrões intelectuais da maioria dos cidadãos americanos acostumados com Desperates Housewives, por exemplo. Mas eu acho que Fringe vai ter vida longa. 

[Atualização, 09/01/2017 - e teve vida longa. Com 5 temporadas, sem cancelamento e com final digno.]

Os personagens, esses sim... Uns deixam a série mais legal ainda, outros... Credo! A personagem principal, a imaculada Olivia Dunhan (Olivia Torv), é totalmente descartável. Já o filho do Walter Bishop, Peter Bishop (Joshua Jackson), é cabível e pertinente. Eu também colocaria a assistente do Walter, Astrid Farnsworth (Jasika Nicole) como um personagem bem interessante. Mas Fringe é Dr. Walter Bishop. Inegável isso.

O cara é o mestre dos mestres. Dê uma cadeia carbônica a ele e terás a fórmula de uma arma mortífera ou a cura para uma doença de milhares de anos. Bishop é a personificação daquilo que qualquer aspirante, como eu, a astrofísico, químico e derivados quer ser. Não existe nada de espetacularmente científico que o Dr. Walter não tenha uma participação. Ele já conseguiu ir até a outra dimensão.

Loucuras à parte, além do humor negro e da ótima atuação do ator John Noble (o Denetor de O Senhor dos Anéis), Dr. Walter Bishop é um daqueles cientistas ficcionais que realmente merece uma série só pra ele.

Um deleite vê-lo e imaginar que um dia você pode ter todo aquele domínio. Óbvio, depois de estudar anos, sobreviver à loucura e a uma provável internação num hospício. Fácil demais!


Garfield em: O arqueologista (by Jim Davis)




segunda-feira, 22 de março de 2010

Crítica da semana: Planeta dos Macacos (Planet of the Apes/1968) e Senhores do Crime (Eastern Promises/2007)


Eu assisti a dois filmes muito bons nesse último sábado. São distintos entre si, porém mostram a força do cinema de antes e a salvação do cinema de agora.

1. Planeta dos Macacos (Planet of the Apes) - 1968

Para começar, o filme é o melhor de ficção científica da época. O final (que eu não vou revelar, obviamente!) é considerado um dos 15 finais mais surpreendentes da história do cinema (segundo o crítico de cinema Rubens Ewald Filho). Tem o queridíssimo Charlton Heston. E não tem nada de parecido com aquela baboseira que o Tim Burton fez (meu filme favorito do Tim é A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça). Salvou o meu sábado. Passou na Band - até me surpreendi.




Trailer - Planeta dos Macacos





2. Senhores do Crime (Eastern Promises) - 2007

Viggo Mortensen é o filme - excelente, excelente! Protagonizou uma "nu" que é um espetáculo. Muitas pessoas que viram acharam inúmeras coisas, mas para mim foi "a cena." O filme é elegante e violento. Uma combinação que me agrada. Tem a Naomi Watts também (nada a ver com a crítica - o pai dela foi engenheiro de som do Pink Floyd... Uau!). Recomendadíssimo!













Trailer - Senhores do Crime

quinta-feira, 18 de março de 2010

Patrick Jane e eu...

Patrick Jane

Antes eu não era tão fã de séries assim. Gostava de ver Arquivo-X, Sobrenatural e tudo que a TV aberta pudesse dar-me, ou seja, eu não assistia muita coisa.

Aí as coisas melhoraram um pouquinho e eu ganhei um computador legal que substituiu uma coisa jurássica que nem merece muitos comentários.

Bem, a TV paga não veio (eu poderia fazer um gato do vizinho, porém deixo isso pra quem sabe fazer...). Então eu conheci o doce e obscuro mundo dos DOWNLOADS. Que coisa maravilhosa! Certo, não é nada legal, no sentido da lei, porém já foi. E eu não tenho nenhum peso em meu coração de pedra por isso - ha, ha, ha...

Farejando algumas coisas boas para se fazer, aqui e acolá, deparei-me com essa série - The Mentalist. Um cara loiro, bonitão e bem maduro é o protagonista. Eba! Vinho de qualidade na parada. Por que não? Baixei o piloto... E foi amor instantâneo.

Como resistir a Patrick Jane? Diga-me? O cara é tudo! The Mentalist é, sem sombra de dúvida, a minha série favorita no momento. Eu que gosto de Astronomia (e todas as outras Ciências), poderia dizer isso de Fringe (outra série que amo). Entretanto não é bem assim. De Fringe, a parte boa é o Dr. Walter Bishop.

Patrick Jane é uma mistura atual de todos os detetives que eu admiro: Sherlock Holmes, Hercule Poirot e Philip Marlowe. Tudo bem, ele é um consultor na verdade. Contudo quem liga? De Holmes e Poirot, ele tem a educação, o refinamento, a inteligência e a percepção extraordinária. E de Marlowe, Jane possui o charme e a sagacidade.

Aqueles olhinhos azuis brilham. Eu amo cada ruguinha que ele tem, as mechas loiras de um surfista australiano, o colete e a calça de giz.

Nunca fiquei tão fissurada em um personagem de TV. Cheguei até a comprar uma camiseta da série.

O ator que dá vida ao Patrick chama-se Simon Baker - australiano, 39 anos e bem casado.

Tem gente que se apaixona pelo atores de TV. Mas se eu encontrasse Baker em um aeroporto (claro, ele não deve saber o que é um ônibus há muito tempo.), eu só ficaria olhando mesmo e no máximo diria que ele é um excelente ator e tiraria uma foto. Nada daquelas coisas malucas de fã. Acho isso o "ó".

Mister Jane não tem nenhum amigo assim como Poirot e Sherlock possuem, entretanto tem a Lisbon. Eu gosto dos dois juntos. Só que para entender melhor essa relação, você precisa assistir à série.

Patrick Jane é assim - bom como um vinho envelhecido e uma prazerosa leitura.

Ai, ai, esses detetives e consultores que nos fazem pensar que a vida seria bem mais legal se os tivéssemos de verdade no dia a dia para desvendar alguns bons mistérios.

Atualização, em 09/01/2017 - The Mentalist teve 7 temporadas, sem cancelamento, com um final aguardadíssimo pelos fãs. 


quarta-feira, 17 de março de 2010

Dias de glória!

Passou-se um certo tempo... Uns 24 anos. Olhei para trás e percebi todas as merdas que eu já fiz. Porém, também, há as coisas boas: as gargalhadas, os porres, os trabalhos esquecidos, as brigas, os xingamentos, a volta para casa (depois das seis da matina, daquele show de rock que eu obriguei uns conhecidos a irem comigo), as intrigas, as notas boas e ótimas no colegial, as notas ruins, boas e ótimas na universidade (porque eu não gostava do famigerado curso de Contábeis), o carinha diferente que chamou a minha atenção e eu nem tive coragem de dizer isso... E como diz o chefe Bruce Springsteen: "Dias de glória passarão por você.".

E, decorrido esse tempo, eu virei uma jovem velha. E isso não é tão ruim. Aliás, nem um pouco. Significa que eu, finalmente, amadureci e tirei muita meleca da minha vida. Fiquei ainda mais seleta. Aprendi que os críticos não são tão maus assim.

Resumindo: posso agora distinguir com mais facilidade o que é uma coisa boa e uma coisa ruim. Não que eu não vá pisar em jacas, porque isso todo mundo já nasce sabendo fazer, todavia posso apontar o dedo no nariz de certas pessoas.

O grande problema de ser um jovem velho é que, dependendo do lugar onde se vive, você é um estranho no ninho. E tem gente que quer, por tudo, fazer você acreditar que está doido de verdade, exercendo assim o papel de enfermeira megera Mildred Ratched.

Quer saber?

Cheguei na fase: "Estou nem aí!" Pof, pof!

Contudo, de vez em quando, eu lembro daqueles dias gloriosos em que tudo era inocente e eu ainda achava que o Axl Rose era o máximo. E, em tempos de bizarrices estúpidas que mais parecem diarreias cerebrais, eu me sinto até bem de ter essa cabeça "velhinha."

Os dias gloriosos foram-se, mas os pensamentos continuam e os gostos também. Ainda posso colocar o Bruce Springsteen bem alto. Então: Glory Days!

Bruce Springsteen
Composição: Bruce Springsteen
#Dias de Glória#


Eu tinha um amigo
Era um grande jogador de beisebol
De volta ao colegial
Ele podia arremessar aquela bola veloz por você
E te fazer parecer um tolo
Eu o vi outra noite neste bar beira de estrada
Eu estava entrando, ele estava saindo
Então voltamos, nos sentamos
Tomamos uns drinques
Mas continuamos conversando sobre os

Dias de glória
É, eles passarão por você
Dias de glória
Num piscar de olhos de uma jovem garota
Dias de glória, dias de glória

Há esta garota que mora no pedaço
Nos tempos de escola
Ela podia mexer com a cabeça de todos os garotos
Às vezes às sextas
Eu paro por lá e tomo alguns drinques
Após ela colocar suas crianças para dormir
Ela e seu marido Bobby
Bem, eles se separaram
Acho que já se passaram dois anos
Então nos sentamos falando sobre os velhos tempos
Ela diz que quando sente vontade de chorar
Ela começa a rir pensando sobre os

Dias de glória
É, eles passarão por você
Dias de glória
Num piscar de olhos de uma jovem garota
Dias de glória, dias de glória

Acho que estou indo pro buraco esta noite
E vou beber até me encher
Espero que quando eu ficar velho
Eu não fique sentado pensando nisto
Mas eu provavelmente irei
Sim, apenas sentado tentando recapturar
Um pouco da glória
Bem, o tempo passa e te deixa
Sem nada, senhor, apenas histórias chatas dos


Dias de glória
É, eles passarão por você
Dias de glória
Num piscar de olhos de uma jovem garota
Dias de glória, dias de glória


terça-feira, 16 de março de 2010

Planos esmigalhados, planos refeitos...

Eu tinha muitos planos. Agora? Eu tenho apenas um... Mas as coisas andam um tanto difíceis. Cá pra nós? Eu também estou pisando em muitas jacas.

Não devia ter destruído aquele dinheiro todo. Se eu o tivesse aqui comigo, estaria, agora, matriculada em uma certa Universidade Federal e em um certo curso de Física. Todavia assim não foi.

Perdi cursinho hoje. Pior? Escutei alguns sermões. Bravo! Bravíssimo! Que dia belo!

Estou esperando por Warehouse 13. Enquanto isso, escrevo essas linhas.

Eu ainda sou aquela música dos Beatles. Por que não mudar meu nome para Eleanor Rigby?
Minha vida é um filme em preto e branco e provincial. Ela tem aquelas caras tristes, aquela melancolia e aquele nevoeiro...

Não há mais príncipe azul, nem branco, nem marrom. O meio termo sequer diz "oi"!

Eu falhei. Não devia ter dado um coração esmigalhado assim de bandeja. "O horror, o horror..." Será que ao menos leste isto, ingrato? Ou ele continua embrulhado, com aquela fita vermelha, num canto qualquer de uma estante qualquer? Ou teve destino ainda mais trágico?

Na madrugada é mais fácil remoer as dores. Ela é dos boêmios, dos solitários, dos esquisitos, sonhadores e abandonados. É uma safra de sofrimento todos os dias.

Imagino que, daqui a algumas horas, estarei com os olhos cegos pela luz da manhã, arrastando-me como uma serpente até ao banheiro, tentando viver. Tomarei um xícara de café quente, verei aquelas pessoas vulgares em seus mundos pequenos e mesquinhos.

Será mais um daqueles dias em que eu não posso dormir até tarde. Se assim fizer, sofrerei sanções e verei-me obrigada a arranjar um medíocre emprego em um nefasto escritório contábil.

Que o escuro faça-se com os feixes prateados da lua. É meu conforto - a  noite é minha amiga e a madrugada é o meu confessionário.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Não! O sonho não acabou!

Certo, certo... Cá estou eu em mais uma madrugada.

Eu deveria estar muito feliz porque passei na UFMT para Física. Mas eu não estou. Por quê? Porque não posso ir para lá. Simples assim.

Tenho que adiar meu lindo e caramelado sonho de equações quânticas e estrelas de neutrôns por mais um tempo, até que a maldita grana apareça ou eu passe num desses concursos que todo mundo quer fazer porque quer trabalhar de menos e ganhar demais. Tudo contra a minha vontade, pois eu quero que esses zés manés se &%%$%$%#$#! Todos - gordos e preguiçosos.

Já chorei a minha cota de hoje. Tudo bem. Eu escutei Ricky Nelson - Garden Party - coloquei a foto dele como plano de fundo do meu PC. Lembrou-me um certo alguém que, antigamente, costumava ser tão bonito... E que virou um ordinary people. Bem, bem... Daqui a algumas horas terei que ir ao cursinho. Isso deixa-me bem feliz. Ainda tenho um ano para ver se consigo finalmente entrar com os dois pés em Física. Não adianta passar, passar e não cursar.

Também lembrei de um carinha... Que se fosse legal... Resolveria todos os meus problemas e os dele também. Se ele quisesse fingir... Eu fingiria... De boa! Oras! Era só ele me levar juntinho. A doce magia da farsa que aquele belíssimo corpo não quer!

Eu sou aquela música dos Beatles - Eleanor Rigby. Tenho medo, afinal, de onde vem todas essas pessoas solitárias? Eu sou mais uma.

A Física ficou distante... Por um tempo... E tenho que achar a solução.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Sem nada, sem título...

Madrugada deprimente. E eu estava aqui revisando algumas frases bem verdadeiras. Nunca gostei de blá-blá-blá de auto-ajuda mesmo.

"A REALIDADE é uma merda!". Frase EDIFICANTE, pura e simples.

De uns tempos para cá, minha vida sem graça tornou-se ainda mais sem graça. Digo isso tratando-se da tal merda de realidade, pois ainda possuo aquele mundo com cores vibrantes na minha cabeça.

Todos temos sentimentos malévolos. Eu tenho muitos.

Em minha mente, eu estou:

1. Esmurrando aquela garotinha da pele de bebê e vida de prostituta de luxo;
2. Queimando todos os papéis de uma certa senhora;
3. Mandando alguns velhos pseudoamigos irem para a PQP (sic);
4. Ensinando um certo cara a ser homem;
5. Mandando o velho tarado para o inferno;
7. Etc, etc...

As madrugadas são ótimas para rever conceitos. Eu revejo alguns... E vejo o quanto estou errada.

Não há mal em querer que todos "FODAM-SE".

Alguns lerão esse artigo e já escuto: "Que raiva é essa?" "Óh, óh..." "Você parece frustrada...".

Sem falsidade, sem hipocrisia. Todos mudam e ninguém é totalmente bom...

Mandei o príncipe dos olhos azuis delicadamente "*&% $#@&;" também.

E assim começo mais um blog.

Alguns eu deletei porque havia sempre um chato a colocar algum comentário idiota. O último estava sem graça, admito. Mas um cara pedante fez com que eu tirasse férias de postagens.

Para minha sorte, eu ainda tenho o meu pequeno mundo dentro da minha cabeça.
Como disse um grande pensador: TUDO É REALMENTE UMA MERDA!